Girassol - Hinata Shoyo

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• Amigáveis (Mas isso não significa necessariamente que somos simpáticos, ao menos, não sou.)

• Românticos (Acreditar no príncipe ideal e coisas tais, dois bobos)

Quando eu estava com o Hajime, em meados das primeiras semanas como “ficantes” oficialmente, quando discutíamos por coisas bobas e sem sentindo, nossa relação não era um mar de rosas, longe disso. O lance de sermos um casal de melhores amigos era complicado e um pouco confuso, não tão vantajoso quanto pensei que seria, mas estava dando para lidar. Ao menos, era o que pensava. Nunca havíamos estado em um relacionamento amoroso, era o primeiro para ambos, algo firme muito além de uma simples brotheragem, tínhamos direito a mãos bobas e firmes, tapas na cara e beijos afobados que, normalmente, terminavam em socos e palavras rudes, dolorosas.

Iwaizumi.

Ele era maravilhoso para mim, restava meus limites e eu me sentia na obrigação de viver sob os seus, porém, na época, isso não estava claro para mim, era confuso lidar com o sentimento de que não estava sendo "desejado" o bastante. Talvez estivesse e apenas não me dei conta da situação, ou apenas não quisesse aceitar, não permitisse a ideia de estar completamente apaixonado por ele mesmo que indiretamente, já houvéssemos firmado um namoro “sério”, sem o tão famoso e esperado pedido. No entanto, não estava claro, em nenhum momento ele me disse o que queria com clareza. Talvez devêssemos ser mais que amigos.

— Oikawa, está tudo bem? Ficou quieto de repente. — Hinata disse calmo, esfregando uma toalhinha úmida na minha bochecha que, provavelmente estava vermelha pelo recente choro sem motivos que tive. — Ainda se sente mal?

Nego com a cabeça, sem ter o que lhe responder, o peso em meu peito sumiu, porém, isso não significava que estivesse mais calmo. Uma pessoa problemática que vai pra casa do colega e cai no choro assim que atravessa o arco da entrada, sentando-se no sofá enquanto bota para fora todas as lamúrias da vida, as decepções comuns e o amor incondicional que sente por alguém que, de uma forma ou outra, o corresponde com a mesma intensidade, porém, fraqueza ao pedir para terem algo sério. Talvez não estando tão afim assim.

O garoto, que estava sentado em meu colo por alguma razão que desconheci naquele momento e não ousei questionar, afinal não estava incomodado e ao relembrar me senti ainda mais confortável. Ele passou os braços ao redor do meu pescoço e encostou a cabeça em meu peito, mesmo com o tecido fino da camisa, consegui sentir sua fria respiração contra a minha pele.

— Não minta pra mim, Oikawa!

A voz dele pareceu ligeiramente magoada, subindo uma oitava por estar dando uma bronca, o apelido escapando da maneira mais natural possível pelos seus lábios.

Me senti estranhamente culpado pela sua insatisfação, contudo, nada lhe disse, não tinha como lhe responder.

Levei a mão esquerda aos cabelos claros do menor, acariciando levemente e aproveitando que estávamos tão próximos para beijar sua testa, de uma forma quase fraternal — mas sem sentimentos por ele nesse sentido.

— Não era uma mentira, meu menino, estou melhor agora. — Falei assim que recuperei a voz, sorrindo amarelo para Hinata que revirou os olhos, parecendo não acreditar em mim.

Normal, nem eu acreditava.

No entanto, por mais que não fosse verdade, eu me importava bastante com o menor para dizer o que queria ouvir. Se ele queria me ver bem, eu diria que estava assim. Poderia manipular minhas emoções a esse ponto, embora ele nunca iria acreditar em mim, pois, me conhecia o suficiente para entender quando estava forçando.

𝘖𝘴 𝘢𝘮𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘧𝘳𝘢𝘤𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘖𝘪𝘬𝘢𝘸𝘢 𝘛𝘰𝘰𝘳𝘶Onde histórias criam vida. Descubra agora