Não Há Amanhã

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Soltando faíscas
Pelos olhos desnudos
O sentimento é sua isca
Sugando-me em goles de canudo

Espremes-me
E tiras tudo
Sua doce voz
Já não escuto

Transtornada
Sons reptilianos escapam
Transformada
Minhas pupilas dilatam

Minhas entranhas retira
O mundo ao redor gira
Eu caio inconsciente
Fraco e impotente

Acordo preso
Carne e osso
"Amor", eu cortejo
"E o nosso romance de agosto?"

Nada remete à minha amada
Olho-a, completamente desgrenhada
Ao seu lado
Há apenas uma vala
Em minha mente,
Rápido como uma bala,
O desespero me atrapalha
Suplico-lhe, choroso
Sobre minha vida falha
Encarando-me no fundo da alma
Ela me olha e fala:
"Suguei-lhe tudo que valha"

Uma lágrima desce-me o rosto
À medida que aceito o monstro.

Histórias Fantásticas De Um Jovem DepravadoOnde histórias criam vida. Descubra agora