Capítulo 34 - Encanto

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A cidade estava deserta, pois o major e o soldado voltaram cedo para casa, e todos os outros habitantes do Vale ainda estavam na festa de casamento, então Luccino não precisou contornar a casa do Coronel Brandão e entrar pela janela do quarto de Otávio. O italiano se sentiu muito feliz por poder entrar pela porta da frente e, verificando mais uma vez, por precaução, e não vendo uma viva alma, Luccino deu a mão para Otávio, os dois entrando na casa de mãos dadas.

-Fazia alguns anos que eu não me divertia assim. – comentou Luccino, tomando Otávio pelos braços e rodopiando, os dois dançando sem música.

-Definitivamente temos uma grande amiga com poucos miolos. – disse Otávio, rindo.

-Lídia é maravilhosa. – Luccino se afastou um pouco, somente para fazer Otávio rodar, aproximando-se mais uma vez do major. – Ela realizou um dos meus sonhos. E você pode realizar um dos meus.

A expressão de Otávio passou de contente para curiosa, e o major queria saber mais sobre o sonho do seu amado.

-Como assim? – perguntou Otávio.

-Eu queria fazer...aquilo que tentamos algumas vezes e não deu certo. – respondeu Luccino.

-Luccino, você mesmo já me disse que fizemos coisas inimagináveis para você, e se for por minha causa, não precisa, eu...

-Não é por você. É por mim. Eu quero saber como é, e nunca deu certo porque eu sempre tive medo.

Otávio parou de dançar, aceitou o argumento e levou Luccino até o seu quarto. Se era essa a vontade de Luccino, assim seria. E ele pensava em mais surpresas para aquela noite.

Eles entraram no quarto e, mesmo sabendo que ninguém entraria ali, já que eles seriam as únicas pessoas que dormiriam naquela casa, Otávio trancou a porta. O major viu Luccino tirar sua farda, ficando apenas de ceroulas e com o peito desnudo, e fez o mesmo. Ao se aproximar do soldado, Otávio não parava de pensar em como Luccino era lindo, e, por mais clichê que fosse, o major via beleza no rapaz por dentro e por fora.

-Como posso te desejar tanto, hein? – Otávio se perguntou em voz alta, indo até Luccino e o empurrando para cair na cama.

-Você me deseja? Nunca tinha notado isso. – Luccino riu com deboche, e puxou o corpo de Otávio para si, o major ficando em cima dele.

Otávio beijou Luccino, e a sensação de plenitude, como sempre, foi a que lhe tomou. Ele sabia que entre os beijos e toques era onde ele se encontrava, onde sua paz residia. O major nunca se cansaria de sentir a língua de Luccino tocar na sua, de sugar aqueles lábios carnudos, e de roçar seu bigode contra o soldado. Luccino sentia pequenos estalos em seu peito, como se cada vez que Otávio contraia a pele dele seu corpo comemorasse.

E o beijo, tão sereno e calmo, foi se tornando mais voraz e incendiário, e agora Otávio beijava seu soldado com uma vontade que precisava ser saciada. Seus finos lábios desceram para o pescoço de Luccino, que já suspirava alto. Enquanto ele mordiscava o pescoço do rapaz, o major sentiu a mão do italiano deslizar pelo seu corpo, até atravessar sua ceroula e tocar em seu membro.

Otávio parou por segundos o que fazia para aproveitar aquele momento de sentir a mão firme e grossa de Luccino lhe tocar e fazer os primeiros momentos. A cada pontada de prazer que sentia, o major apertava nos cabelos de Luccino, e ele voltou a beijar o soldado, agora com mais fome que antes. Ele percebia que poderia ficar marcas das mordidas e chupões, mas Otávio não se importava; ele não estava nesse mundo para se importar com esse tipo de coisa mundana. Os movimentos ficaram mais rápidos, e Luccino já sentia dureza que se formavam entre seus dentes.

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