Permanente - Livro III (COMPLETO)

8 - Falsa Calmaria

Oieee! Tudo bom com vocês????

Aqui vai mais um capítulo!!!!!!!!!!!! 

Obs: Não sei se isso ficou claro, mas Agnes sempre está usando lentes de contato e óculos. Por que? Por que ela sente saudades dos seus olhos verdes e mesmo que não fiquem parecidos, pelo menos ficam mais humanos. Não coloco isso toda hora no livro para não ficar repetitivo. Mas é isso aí, galera.

Boa leitura!

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Três semanas podem mudar a vida de uma pessoa. E eu era prova viva disso.

Quando conheci Carlisle não demorou mais que três semanas para que me acostumasse com a ideia de ter uma família. Foi uma grande transformação dentro de um mês, jamais poderia imaginar enquanto estava no primeiro dia daquele mês que ao fim do mesmo estaria tão feliz. Tinha pais que cuidavam de mim, tinha descoberto meu irmão biológico, ainda não estava noiva, entretanto isso seria logo em seguida. Uma vida perfeita em três semanas. Naquela época, acreditei que o universo estava me pagando por todo mal que sofri injustamente. Nem tinha conhecimento do inferno que viveria anos depois.

Agora bem pior do que quando eu estava no orfanato sozinha. Existe uma grande diferença entre você desejar algo que nunca teve e perder tudo o que tinha num estalar de dedos. Preferia mil vezes a dor de nunca ter tido uma família do que a dor de perdê-la como aconteceu em setembro. Depois de amanhã seria meu aniversário, 10 de fevereiro. E eu tinha que reprimir todas as memórias do ano passado, para continuar bem.

Nos últimos dias eu poderia dizer que estava melhor. Mais precisamente nas ultimas três semanas. Bella tinha tomada um ritmo mais saudável de sua vida e assim apenas a acompanhei. Andar com os humanos era bem interessante, alguns deles carregavam experiências horríveis, assim como eu. Dessa forma, passei a sentir empatia por eles. Inclusive Jéssica. Charlie estava muito feliz por termos retomado nossas vidas. As vezes Billy Black ou Harry Clearwater iam jantar com Bella e Charlie, nessas ocasiões eu inventava uma desculpa e saía de casa. Aproveitava para caçar. Diversas vezes vi Charlie os repreendendo dizendo que eu era apenas uma garota.

Jacob também não gostava, segundo ele, eu deveria enfrenta-los para que aprendesse a me respeitar como pessoa. Ele chegou a discutir com seu pai por causa disso. Mas eu fazia questão de não estar perto de pessoas assim, minha rebeldia estava a níveis exorbitantes, poderia provocar uma situação muito ruim. Ele e Bella se viam quase todos os dias, se não fosse na reserva consertando as motos, era aqui em casa assistindo filmes ou conversando besteiras e dessas pequenas reuniões eu participava. Só que havia momentos roubados na madrugada com Jacob. Não havia complicações, quileutes ou vampiros. Era apenas Agnes e Jacob.

E no estúdio de ballet tudo não corria a mil maravilhas. Júlie Sullivan não abandonou o emprego e continuou a dar aulas para Vincent. O que era ótimo para mim, ainda mais por que ele estava fazendo muitas perguntas a meu respeito, sobre meu passado, sobre minha família, sobre minha palidez e sobre a temperatura de minha pele e o fato de ter a textura de uma pedra. Eu sempre usava duas camadas de roupas para disfarçar esses detalhes, usava lentes e óculos para disfarçar a cor dos meus olhos, evitava ter comportamentos diferentes dos humanos, mas ainda assim ele tinha notado algo estranho. Manter a distância não era o suficiente para evitar suas perguntas. Naquele dia nem percebi que ele poderia sentir a diferença entre mim e uma humana, estava tão absorta por lembranças de meu casamento que nem dei importância a isso. Como se não bastasse me arriscar para poder dançar, ainda deixei isso escapar. Detalhes que poderiam custar a vida dele e a minha.

Após muitas tentativas frustradas em tentar falar comigo, Vincent desistiu. Só me observava de longe e eu o ignorava por completo. Era um fantasma que eu teria que carregar.