Capítulo 5

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Enquanto Ed respondia algumas questões, respondi o e-mail e deixei Vero pra depois. Então minha mãe me ligou.

- Camila, eu e seu pai iremos sair e precisamos que você fique com Sofia. Quero você em casa em dez minutos, estamos atrasados.- a voz do outro lado da linha disse.

- Mas mãe, eu estou dando aula, não posso sair agora.

- Então seu aluno é mais importante que sua irmã? - eu odiava seu drama.

- Eu não disse isso. Enfim, tenho que ir mesmo?

- Camila, venha agora. Por favor, poxa...

Revirei os olhos e suspirei fundo mais uma vez.

- Okay, estou indo.

- Obrigada filha, te amo.- Ela disse e desligou.

Guardei minhas coisas em minha bolsa e me despedi de Ed e de Sara antes de recusar carona dela. Segundo a mesma, sua mãe havia dito que seria meu vale transporte do serviço. Agradeci, mas recusei, não queria que Sara virasse minha motorista.

Parei no ponto de ônibus, que ficara duas ruas atrás de sua casa e fiquei parada, olhando para o céu estampado com os pequenos brilhinhos, as estrelas. Automaticamente lembrei de Reneleado com seu pote de estrelas. Olhei para as nuvens que mal apareciam pela escuridão do céu, e para a lua. Tão pequena a nossa vista. Logo o ônibus chegou e o motorista parou o veículo e a porta se abriu. Fiquei olhando pela janela pelo trajeto todo até o ônibus parar no ponto da esquina da minha casa e caminhei até lá. Quando abri a porta de minha casa, vi meus pais sentados no sofá aparentemente impacientes, e se levantaram rapidamente quando ouviram o som da maçaneta.

- Que bom que você chegou bem, filha! Bom, temos que ir, antes que o restaurante feche.- Minha mãe disse vindo até mim e me abraçando.

Essa é minha mãe?

- Uau mãe...

- Como estou?- Ela se afastou e deu uma volta, para eu avalia-la.

- Está linda.

Ela estava com o cabelo escovado, com um vestido azul marinho, com belos sapatos, jóias, e uma maquiagem incrível. Meu pai, estava com um terno e veio me abraçar.

- Vamos Suze, já passou da hora.- Meu pai disse, olhando em seu relógio de pulso.

- Se ficarem com fome, peçam pizza, não matem nem morram, beijos amo vocês.- Minha mãe disse depressa, saindo ao lado de meu pai e fechando a porta.

Me joguei no sofá, apoiando as mãos atrás de minha cabeça, tentando relaxar. E relaxei tanto que acabei dormindo ali mesmo.

Eu estava em um campo estampado com uma diversidade de flores e cheiros incríveis, as borboletas voavam sobre o local, e a luz do sol aquecia meu rosto de uma forma agradável. Eu estava com um vestido branco estampado com pequenas florzinhas amarelas e rosas, e o vento balançava meu cabelo lentamente. O ar do local era tão puro que limpava meus pulmões. Havia também vários animais, os coelhos corriam pelo campo, os passarinhos cantavam, e pequenas joaninhas sobiam pela minha perna. Meu cabelo estava solto e ondulado, e senti algo puxando o mesmo com força, e coloquei a mão sobre a raiz da mecha pra amenizar a dor. Me virei e vi uma cabra vesga e estranha em minha frente, gritando:

- ALICE, ACORDA SUA PUTA BARATA!

A cabra cuspiu em minha cara e acordei.

É só um sonho, pensei.

No caso, o puxão de cabelo que a cabra me dara é na verdade Lyia puxando meu cabelo, e o cuspe era uma almofada.

- Bom dia pra você também Lyia. - resmunguei, eu não sabia nem como tinha ido dormir em minha cama.

97 Dias Para Te Amar | HIATUS TEMPORÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora