Capítulo 12

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As batidas suaves na porta alertaram Valentina da chegada de Guilhermo. Pela primeira vez uma decisão era completamente sua e a responsabilidade por tê-la tomado ainda a assombrava um pouco. Na manhã seguinte após Valentina e Guilhermo trocarem os primeiros beijos, ela viera novamente lhe visitar.

"Me ajuda, eu não sei o que fazer, desculpe se a acusei de me abandonar ontem, mas eu estou tão perdida, eu nunca me senti dessa forma."

"Meu amor, essa é uma decisão que você precisa tomar por si. Eu posso lhe orientar, lhe mostrar as opções, mas a decisão é sua."

"Mas e se der tudo errado? E se eu me apaixonar por ele e se ele me tirar do meu caminho?" - Valentina ponderou preocupada.

"É o seu caminho, meu amor!"

"Mas e se ele for diferente do que tudo que imaginei, de tudo que planejamos." - Valentina queria uma resposta clara, um sim ou um não.

"Ainda continuará sendo o seu caminho."

Valentina se aproximou da porta devagar. Aquela noite seria seu presente de maioridade, seu presente de ascensão ao trono, seu deslize. Mesmo que viesse a casar com Guilhermo ela sabia que as coisas seriam diferentes no futuro. Então aquela noite ela não teria amarras, não teria preocupações, não se conteria, seria só sensações, seria ela mesma de todas as formas que fosse possível.

- Achei que você tinha desistido. - Guilhermo falou assim que Valentina abriu a porta e o encontrou apoiado no umbral.

- E se eu o fizer? - Perguntou rindo e jogando as longas madeixas por sobre os ombros.

- Eu ficaria frustrado, mas respeitaria sua decisão. - Guilhermo respondeu erguendo uma sobrancelha. - Você desistiu?

- Ainda não decidi se desisti. - Valentina afastou o corpo da porta permitindo que Guilhermo entrasse.

- Mas provavelmente já decidiu me torturar um pouco. - Guilhermo a olhava intensamente.

- Não tenho ideia por que você pensa isso. - Valentina fechou a porta e caminhou em direção à área externa.

- Princesa, esse tecido e a luz das velas deixam muito pouco pra minha imaginação. - Guilhermo a seguiu, mas parou na porta da varanda quando a luz da lua cobriu o corpo de Valentina.

Valentina caminhou até a murada e se virou apoiando o corpo, o tecido delgado e transparente de seu traje de dormir exibia agora toda sua nudez velada.

- Meu Deus, Valentina, se você me pedisse o mundo agora eu o entregaria de bandeja aos seus pés. - Guilhermo se aproximava em passos lentos.

- Me de o mundo, Guilhermo! - Valentina pediu o olhando nos olhos.

Guilhermo se aproximou e tomou Valentina nos braços beijando-a com sofreguidão.

- É seu, minha princesa, todo seu!

Guilhermo a amara de forma doce e carinhosa em princípio "não quero assustá-la nem lhe causar dor.", ele havia dito. Ela sabia que sua primeira vez com um homem provavelmente teria mais dor do que prazer, mas não se importava, queria viver a experiência como um todo.

- Guilhermo! - Valentina virara-se pra ele na cama. - Já fizemos do seu jeito, agora façamos do meu.

- E qual é o seu jeito, Princesa? - Guilhermo olhava curioso para Valentina que sorria.

- Eu quero quente, forte, sem cuidado, sem amarras... - Um sorriso sedutor surgiu nos lábios de Guilhermo. - Eu sei que você cuidou para que eu não sentisse dor, mas agora já foi, quero sentir tudo, todas as possibilidades.

- Você ainda está dolorida, Valentina. - Guilhermo ponderou tocando-lhe o rosto.

- Eu não me importo, eu quero tudo, de todas as formas que você conhece. - Uma sobrancelha se ergueu no rosto de Guilhermo ao ouvir Valentina. - Eu quero ousado, sujo, pleno, eu quero tudo.

- Temos a vida inteira pra termos tudo, Valentina, não é preciso ter pressa. - A fala de Guilhermo fez Valentina fechar o rosto numa expressão séria.

- Guilhermo, não temos a vida toda, temos o hoje, o agora, aproveite e me faça viver tudo de uma vez.

- Porque essa pressa? - Guilhermo quis saber confuso.

- Porque a gente não sabe o dia de amanhã e não quero deixar pra viver depois o que posso viver agora.

Guilhermo ameaçou falar, mas Valentina o calou com um beijo ao mesmo tempo em que montava nele.

- Eu vi uma vez uma das aias tocando um guarda com a boca. - Valentina traçou um caminho de beijos, começando no pescoço e se encaminhando para o peito de Guilhermo. - O guarda parecia sentir dor quando a aia o tocou... - Valentina seguiu o caminho parando próxima ao sexo de Guilhermo. - Mas quando ela parou ele pediu mais.

- Não era de dor... - Guilhermo suspirou e enrugou o rosto quando Valentina lhe segurou o sexo em ambas as mãos. - Era prazer.

- Você gosta? - Valentina aproximou o rosto tocando o sexo de Guilhermo com um suave beijo.

- Sim...

- E como você gosta, meu príncipe?

Guilhermo mostrou a Valentina como gostava e depois retribuiu o gesto dela fazendo-a gritar de prazer. A cada nova descoberta Valentina exigia mais uma nova posição ou uma nova forma, não deixou nada passar, até que os dois estivessem completamente exauridos.

- Obrigada! - Valentina falou em um sussurro, a cabeça apoiada no peito de Guilhermo, os olhos quase fechado devido ao cansaço.

- Não precisa agradecer, não fiz nada sozinho! - Guilhermo respondeu a abraçando apertado.

"Não, ele realmente não fez nada sozinho!" Valentina pensou assim que Guilhermo respondeu, mas não era por isso que ela estava agradecendo.

Valentina tinha agradecido por saber que aquele momento na vida deles jamais se repetiria. Por saber que num futuro talvez não muito distante, todo o carinho que Guilhermo tinha por ela provavelmente se transformaria em ódio. Por ter tido a oportunidade de se sentir amada de uma forma diferente de tudo que já havia sentindo e por poder dar em troca o mesmo amor.

"Amor. Ah! Guilhermo, infelizmente, eu te amo, mas você nunca vai saber disso." Valentina suspirou e se aconchegou mais nos braços de Guilhermo. Mesmo o amando seus planos não mudaram. Ela seria a Rainha de todos os reinos, ela seria a soberana de toda a Cália, ela Valentina de Lurton cumpriria seu destino, mesmo que seu coração a implorasse para não fazê-lo, já que no seu caminho estava o dono dele.

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⏰ Última atualização: Nov 11, 2018 ⏰

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