Capítulo 7

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   Com o carro todo estragado, vocês três fogem dos capangas do Diabo. Após fazer uma curva fechada a mais de cem quilômetros pos hora, Laurence para no acostamento da rodovia.

- Os despistamos por hora. - Disse a professora deitando a cabeça no volante.

- E então? Você disse que ia nos contar tudo. - Você dizia. - Pode começar contando que corpo é aquele lá atrás.

- É o seu irmão. - Ela falou virando para o banco de trás, onde você está.

- Eu não tenho irmão.

- Você não queria que eu contasse tudo o que está acontecendo?

- Continue. - Disse Marc.

- Para começar, todo esse problema vem acontecendo desde antes da sua mãe, Suzi, estar grávida de você. Ela já tinha um filho fora do casamento. - Ela olha para o porta-malas. - Sim, aquele lá dentro. Porém, seu pai, Charles era infértil, e não conseguia aceitar Stavo.

- Stavo é o meu irmão? - Você perguntou.

- Sim. - Laurence respondeu.

- E por que ele está morto ali? - Você a perguntou aos berros, quase pulando no pescoço dela.

- Eu já vou chegar nessa parte! - Ela bufou. - Continuando, seu pai não gostava do Stavo, mas queria um filho, porém ele era infértil. Então ele fez um pacto com o Diabo para poder gerar prole, e em troca ele entregava Stavo ao satã.

- Mas o que aconteceu? - Marc perguntou.

- Suzi descobriu, e matou o Charles. Só que já era tarde, ela já estava grávida de você.

- Meu Deus, isso é horrível. Minha mãe disse que ele havia morrido porquê estava devendo dinheiro para um agiota. - Você disse, segurando o choro.

- Pois é. Depois disso ela fugiu com seu irmão para o mais longe possível. Só que com medo de o Diabo voltar ela entrou para a nossa ordem e pediu proteção para vocês. - Contou Laurence.

- Que ordem? - Disse Marc, pondo a mão em seu ombro.

- Só posso dizer que caçamos demônios e os exorcisamos. - Ela respondeu. - Tanto é que a Karla fazia parte da ordem também.

- E agora ela morreu! - Você gritou, e nesse momento, uma lágrima caiu de seu olho esquerdo.

- Eu sei! Eu estava lá! Eu vi! - Laurence também gritou, mas não foi só uma lágrima a escorrer, foi uma cachoeira. - Ela era uma amiga para vocês! Mas para mim, ela era como uma filha! Uma filha que caiu bem na minha frente, e eu não pude nem me despedir. A única coisa que pude fazer por ela foi acabar com o desgraçado que a matou!

- Laurence... - Dizia Marc.

   Antes de Marc completar a frase, um BMW preto bate na traseira do carro. De dentro dele saem dois homens de terno rosnando como cachorros.

- São cães do inferno! Temos que ir. - Disse Laurence, engolindo o choro e pisando no acelerador.

   Os dois homens põem as mãos no asfalto e começam a correr como se fossem quadrúpedes. Ao longo dos passos a fisionomia deles muda, é como se estivessem se transformando em cães. Mas a forma que adquiriram é bem maior que a de um humano, tanto é que rasgaram as roupas.

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