Capítulo 8

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( Deus, por que me abandonou? )

- Oi. - Alguém disse.

   Ao removerem o saco de sua cabeça, você se vê no telhado da igreja. Ainda é de tarde, ficar tanto tempo com os olhos cobertos lhe fez perder a percepção de tempo. Há algumas pessoas a sua volta, dois homens e uma mulher de terno, bravos, parecem capangas de filme de mafioso. Um padre com um sorriso medonho e uma mulher amarrada, desacordada, jogada de lado, seu rosto era coberto pelo cabelo.

- Oi. - Disse o padre. Reconhecendo a voz, você percebe que é a mesma pessoa que lhe cumprimentou antes.

- Q-quem são vocês? - Você disse, gaguejando de medo.

- Eu sou tudo aquilo que vocês humanos odeiam e amam. - Ele disse.

- O que quer de mim? - As esperanças já estavam lhe abandonando quando fez essa pergunta.

- Sabe, pensei que viver torturando humanos seria divertido, e foi por um tempo, mas eu fiquei entediado. Por isso comecei a fazer acordos em que vocês se ferram, porém até isso perdeu a graça. - A medida em que o Diabo ia falando, seus olhos ficavam vermelhos, sua pele caía como se estivesse derretendo e sua voz foi se engrossando. - Mas agora, eu quero tentar algo novo, eu quero fazer um pacto com você, minha cria.

- Do que você está falando?

- A semente que seu suposto pai plantou em sua mãe era minha! - Ele soltou o maior sorriso que você já viu.

- Não. - Você disse.

   O Diabo apenas continua a sorrir, lhe dando a certeza de que ele é o seu pai.

- Que pacto é esse? - Você pergunta com raiva.

- Eu tenho muitos humanos ao meu poder nessa cidade, e parece que eles adoram um showzinho, e eu adoro um desafio. Então, para agradar a todos eu proponho lhe dar todo o poder necessário para me derrotar e me enviar de volta para o inferno. - Seu pai disse. Com essa fala, todos presentes ali ficaram em choque, especialmente você.

- Mestre, o que planeja com isso? - Um dos comparsas o perguntou chegando perto do ouvido dele.

- E quem disse que é da sua conta? - O Diabo falou, se virando para ele. - Suma! - Ele disse, de repente o moço começa a gritar de desespero com o fogo que lhe consumiu por inteiro, o fazendo desaparecer.

( Meu Deus! Tenho que fugir. Como? Só quero que isso acabe! )

- Viu? É isso o que vai acontecer comigo se você ganhar. - Ele disse. - Além também de eu trazer de volta todos os seus amigos e parentes que se foram nesse carnaval todo.

- Sério? - Sua esperança se renova.

- Sim. Mas, se eu vencer a batalha, te levo para casa. - Ele falou, acenando para o capanga atrás de você para que lhe solte, e assim foi feito. - Temos um acordo? - O Diabo estendeu a mão.

- Quais são as chances de eu ganhar? - Você perguntou com receio.

- Cinquenta por cento. Trato feito?

- Sim. - Você concordou e apertou a mão do Diabo.

   Uma faísca saiu de suas mãos. Esse comprimento representa o acordo sendo selado pelas duas partes.

   Um forte formigamento cobre o seu corpo. Um campo de força é formado em volta de você, o poder dele destrói tudo em volta. O Diabo logo some junto dos comparsas, deixando apenas você e a moça amarrada no alto da Igreja. O poder demoníaco que se instalou em você é incontrolável.

   Não denorou muito e a igreja desabou com a tensão do poder que caiu sobre ti. Em meio ao escombros, seu corpo se encontra ileso, mas infelizmente não pode-se dizer o mesmo da mulher. Chegando mais perto e tirando alguns tijolos de cima dela, você a reconhece.

- Mãe!

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