- Mãe.
- Mãe.
- Mãe.
As lágrimas escorrem, o desespero bate e a tristeza toma conta.
- Mãe!
Por mais que já tenha virado rotina, perder aqueles que ama, mas dessa vez, foi você quem matou.
- Mãe!
O sentimento de perda nunca lhe foi tão forte.
- Mãe!
Ela foi a última pessoa que lhe sobrou.
- Mãe!
A mais importante da sua vida.
- MÃE!
E você a matou.
- AHHHHH...!
De longe, o Diabo ria da sua cara de desespero e de seus gritos de tristeza.
Memórias do seu passado começam a aparecer. Milhares de flashbacks ao mesmo tempo. Momentos em família, festas com os amigos, abraços que recebeu, a chatice de Stavo e...
( Stavo? Oh meu Deus, eu me lembro, eu me lembro do meu irmão. )
Suas mãos tremem, seus olhos se fecham, você se ajoelha e abraça o corpo, sem vida de sua mãe, como uma forma de se despedir e se desculpar por tudo.
( Eu errei mãe, sinto muito. Você não merecia isso, nenhum de nós merecíamos isso. Mas agora eu vou consertar toda essa merda. )
Deixando a raiva penetrar até o ponto mais profundo de sua alma, você se levanda e vai em direção ao Diabo, que também vinha ao seu encontro.
Os dois cruzam a avenida a passos largos. É possível ver o poder se manifestando em ambos, de formas diferentes. O Diabo mudava de forma, a forma clichê mais conhecida dele, com chifres, rabo, pele vermelha e ficava com uns cinco metros de altura, além de ter asas de morcego. Enquanto você simplesmente corria em direção a ele. Sua aura está mais densa, seu ódio está encarnado e seu poder demoníaco está no máximo que pode atingir.
O impacto era iminente, a velocidade a qual estão correndo é alta, a distância entre vocês é pequena. E então, um soco, no joelho do Diabo. Ele parou, e você também.
- Isso? Você está com metade do poder do Diabo e só fez isso? - Ele lhe perguntou. - Vou te mostrar como é que se usa o meu poder de verdade.
Ele ergueu a mão e lhe apagou com um golpe.
- Não, de novo não! - Você gritava ao ver-se novamente naquele pesadelo.
O sol azul brilhava no céu escuro, o vento está mais fraco e a igreja está de pé. As portas da catedral estão abertas e suas pernas lhe conduzem direto para dentro sem você querer.
Lá dentro estão, em cima do altar, todas as pessoas a sua volta que morreram.
( Stavo! )
Você corre até seu irmão, chegando perto aparece por trás do pescoço dele uma mão, empunhando uma faca, e essa mão corta a garganta dele.
- Não! - Você gritou.
Chegando ao corpo dele, você percebe que já estava frio.
- Stavo? - Perguntou Karla ao seu lado. Olhando para ela você se espanta.
- Karla, o seu peito está...está...está sangrando!
Ela cai, sem vida.
- Não, não, não, não! - Você já nem chorava , pois nem tinha mais lágrimas.
- Confie apenas em si. - Disse Laurence, com sangue escorrendo pela boca.
Ao ver todos eles morrendo você corre para a porta, mas Suzi está lá, parada.
- Mãe! - Você disse, parando em frente a ela.
- Estou bem, eu te amo. - Ela disse, te abraçando.
Seu coração se acalmou. Aquela era a melhor sensação que havia sentido nos últimos tempos, o abraço quente e forte de sua mãe.
- Eu também te...mãe? Mãe? Mãe! - Ela morreu em seus braços. - Me desculpe! AHHHHHH...! - Você grita em meio ao choro que lhe consome.
Ainda abraçando sua mãe, o corpo dela evapora e tudo a sua volta. Você retorna a realidade.
- Por que faz isso? - Você pergunta ao Diabo.
- Porque eu gosto. - Ele respondeu.
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Pacto
HorrorA maioria das histórias têm um final feliz, de todos os variados gêneros, desde os contos de fadas, até alguns terrores. Porém, esse não é o caso deste livro. O que está escrito nele é macabro e perturbador. A esperança não é algo que define o que h...