Capítulo 3

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Marinette narrando

Meu irmão acabava de ser levado, mas suas palavras ainda ecoavam em minha mente: "Você é um monstro igual ou até pior do que eu, está dentro de você, não pode evitar." E se ele estiver certo? E se eu for mesmo um monstro?

A raiva e a tristeza tomaram conta de mim...Eu precisava extravasar...mas como?...Gritando?...Não...já sei!

BUUUM!!!

Dei um forte soco na parede e senti meus músculos relaxarem, não estava mais com raiva; por outro lado a tristeza parecia não querer me abandonar.

Do outro lado daquele enorme salão havia um espelho. Decidi ir até ele e tirei meu capuz. Encarei por alguns instantes meu reflexo no espelho e sequei meu rosto molhado de lágrimas que derramei durante a discussão com meu irmão. Repeti a mim mesma:"Vai dar tudo certo! Vai dar tudo certo!". Quando algo me chamou a atenção; vi através do espelho, na parede do outro lado do salão, ....um homem?! Ele estava amarrado pelo que pareciam ser raízes de árvores. Isso com certeza era coisa do Luka... Espera! A quanto tempo ele está aí? E... eu estou sem meu capuz!!!

Cobri novamente meu rosto e fui até ele. Suas Mãos estavam presas no alto, seus pés a poucos centímetros do chão e sua boca estava tampada. 

Com um pouco de esforço, consegui arrancar a raís que tampava sua boca.

-Quem é você e a quanto tempo está  aí?

Ele me encarou espantado e permaneceu calado.

-Eu te fiz uma pergunta!-falei num tom de voz mais elevado.

-E-eu sou Adrien... Agreste... Adrien Agreste!

-E a quanto tempo está aí senhor Agreste?

-Se o que quer saber é se eu vi a discussão entre você e seu irmão, ou se eu vi você sem capuz, a resposta é "Sim", para ambas as perguntas.

Que sincero!

-Nesse caso- eu tirei meu capuz- Acho que já não tem sentido usar isto.

Agora sem o capuz pude vê-lo melhor, ele é realmente lindo. Cabelos loiros e um par de olhos verde esmeralda que parecem me hipnotizar. Ele também estava me encarando, quando lentamente nossos olhares se encontraram. Senti um arrepio percorrer minha espinha e congelar por um instante todo meu corpo. Seu olhar era tão intenso e tão encantador.

De repente me dei conta de que estávamos nos encarando por muito tempo e desviei o olhar. Senti minhas bochechas queimarem e pude ver que ele também estava corado.

O que está acontecendo comigo? Eu não sou assim!

Chacoalhei minha cabeça para afastar esses pensamentos estranhos e me recompor.

-Como foi ficar preso aí senhor Agreste?- perguntei com uma pequena risadinha no final.

-Não é engraçado!-ele falou zangado, eu então o encarei seriamente e ele não aguentou e riu.

-Se não é engraçado, por que está rindo?

-Eu não estou rindo!

-Ainda não me respondeu...

-Digamos que o Luka e eu somos velhos inimigos...

-Não me surpreende. Imagino que "inimigos" é algo que ele tem aos montes.

-É, considerando a maneira como ele se comporta, acho que sim.

-E então?

-Bom, estive treinando muito para derrotá-lo e vim aqui com esse objetivo mas...- ele me olhou apreensivo- No meio da nossa luta, de alguma forma, ele me prendeu aqui.

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