Alucinante demais

9 Capítulo

- Onde estamos? - Pergunto para Damon, depois de deixar Clarissa em casa, dizendo que precisava resolver assuntos pendentes com Damon.

- Aqui é minha fortaleza. Onde paro para olhar a cidade - Damon diz no terraço de um prédio. Damon caminha até uma mesa e senta-se, vou para sua frente, observando a linda paisagem dali de cima. Olho para meu colo por um longo momento - Me conta Katherine.

- É difícil falar sobre algo que você excluiu por anos de sua vida - Digo levantando os olhos, minhas mãos tremendo bastante, coloco sobre a mesa e fecho com força, olho para o outro lado evitando os olhos de Damon.

- Finja que não estou aqui, conte para si mesmo.

- Difícil quando tem um par de olhos azuis te observando - Digo olhando para ele.

- Quer que eu sei lá...

- Vou dizer assim mesmo...
Flashback

- Querida, você está atrasada para sua aula - Ashley, minha mãe diz, estou sentada na cama, com medo de levantar.

- Não vou hoje - Digo para ela, cruzando as pernas.

- E por que não?

- Estou doente - digo fazendo cara de dor.

- Sem essa Katherine, você já faltou na ultima aula. Hoje você vai.

  No caminho para a Academia de Dança, varias coisas passam na minha cabeça, uma delas é fugir e outra é contar para minha mãe, mas a segunda alternativa está totalmente fora de cogitação.

   Tudo começou quando entrei nessa maldida escola de dança, minha mãe nunca quis que fosse uma dançarina mas sempre quis. Tinha doze anos quando fui apresentada a grande academia, me apaixonei de primeira.

   O que nunca esperava era ser assediada por meu professor. No começo pensei ser profissionalismo, quando as vezes ele me apoiava me mostrando a posição correta para dançar, mas com o tempo as mãos ingênuas foram ficando muito, mas muito assanhada.

  Um dia ele me prendeu no banheiro e me beijou, foi a coisa mais nojenta que tinha experimentado. Na época ele tinha trinta e pouco, nunca tinha beijando alguém antes. Chorei, empurrei ele, mas tudo em vão. Lembro-me exatamente quando ele dizia que eu o tinha seduzido e que se contasse para alguém ele iria me matar ou matar alguém que amo.

     Não demorou muito até ele me força a fazer coisas repugnantes, na idade onde tinha que ta brincando de boneca, pique, entre outras coisas, eu estava sofrendo algo tão sério.

   Conhecido como Falcão, um dos melhores dançarinos do mundo. Tendo medalhas e troféus de ouro ganhos em vários eventos já participado. Ele me ensinou tudo de dança e também me ensinou a ter ódio e medo.

   Meus pais não desconfiavam, e como iriam ? Quando mal passavam tempo comigo? Ele me batia, onde a roupa pudesse tampar, me xingava e me obrigava a fazer o que ele quisesse. Me maltratava e me dividia, com quem ele quisesse. Mas não para ter relações sexuais, porque isso somente ele podia fazer, como varias vezes ele disse. Mas para beijar, passar mão entre outras coisas.

    As coisas começaram a da ruim para o lado dele, quando descobriu que estava sendo procurado por outra menina que havia sido abusada por ele, quando o mesmo morava na mesma cidade que essa garota. Ele então desapareceu, sem antes me marca e mandou eu escolher, é onde se encontra a marca do meu pulso.
Fim de Flashback
  Damon me observa, seus olhos mostram uma tristeza e uma compreensão, minhas mãos estão tremendo sem parar e lágrimas escorrem por meus olhos, lembrar dessas coisas é como passar por labaredas de fogo várias vezes.

- Desculpe - Damon diz olhando para mim, sua mão segura a minha por cima da mesa.

- Por que?

- No dia que eu falei coisas para você, eu disse algo de você ser abusada. Agora entendi sua cara quando disse isso, eu meio que tinha já pensado que algo assim tinha acontecido com você, pois quando falei seus olhos ficaram sem foco. Só queria entender porque ontem você ficou daquele jeito - Damon diz apertando minha mão de leve.

- Seu irmão, ele pronunciou meu nome do mesmo jeito que Falcão fazia. Então comecei a ficar nervosa.

- Você precisa se tratar - Damon diz.

- Não sou doente OK? - Digo tirando minha mão das dele.

- Não disse que você é doente, mas essa sua síndrome é por causa disso. Enquanto você não procurar resolver isso, você vai ficar sempre assim.

- Só vou descansar quando ver esse cara a sete palmos do chão ou dentro da cadeia com prisão perpétua.

- É complicado ele ser preso, acredito. Pois o que aconteceu com você já faz anos, pelo que você disse. Não se tem provas. A não ser que encontrasse todas as meninas que ele já fez isso. Mas o que ele disse no celular com você?

- Que quer me encontrar amanhã - digo pondo a mão no rosto.

- Você não vai.

- Preciso ir, como você disse, agora a questão não é apenas eu, tem gente que eu amo incluída.

- Você ama Lucien? - Damon observa meus olhos.

- Você entendeu o que quis dizer - Digo batendo com a unha na mesa - O que vamos fazer?

- O jogo dele - Damon diz pegando o celular e começando a discar um número.

- Como assim?

- Ele gosta de jogos não é mesmo? Eu também adoro, só que as regras sou eu quem cria - Damon diz colocando o celular no ouvido - Vai ter que dançar na batida da minha música agora.