16 Capítulo

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- Viada sortuda - Clarissa diz, indo comigo de caminho a aula de dança.

- Cara, você já disse isso mil vezes.

- É que você é mesmo uma viada sortuda, pegou um filha da mãe rico, filha da puta na cama e ainda sabe cozinhar. Caralho cara.

- Se você disser mais algum palavrão é um real na minha mão, ok? - Digo olhando seus olhos, séria. Parando de frente a academia.

- A que saco - diz revirando os olhos - Ta.

- Ótimo - digo entrando no salão.

    Hoje a aula foi bem tranquila, foi todo mundo e dançamos vários estilos antigos, de músicas que fizeram sucesso. Clarissa participou, agora fazendo parte do grupo. No final, sentei no chão do salão.

- Ta sabendo? - Dev diz sentando-se de frente para mim.

- O que?

- Vai ter uma apresentação na casa branca.

- Casa branca?

- É cara, vai dizer que você nunca ouviu falar da casa branca?

- Não.

- Impossível. Lá é onde acontece os eventos mais picas - Dev diz batendo com a mão no chão no ritmo de uma batida de rep e se movendo - Lá querida, só entra elite. Os caras que dançam lá não são amadores e sim profissionais.

- Nunca ouvi falar.

- Mas o melhor nem é isso, o prêmio. Você consegue um ano com o produtor, se você ganhar a disputa. E esse cara é muito misterioso. Dizem que ele é velho, outros dizem que ele é novo. Mas ninguém sabe o certo, só se sabe que ele vai fazer uma festa esse final de semana e consegui ingresso.

- Sério? - digo sorrindo.

- Sim, e adivinha quem vai comigo.

- Quem?

- Ela mesmo - Ele diz se levantando e fazendo uma dancinha.

- Quem? - Digo dando a mão para ele me levantar. Então ele rodopia comigo me levantando.

- Você

- A sem essa - digo rindo quando já estou no chão.

- A para, não estraga. Você é minha amante na dança, se eu ganhar, você tem noção de como vou ser conhecido? - Dev se afasta e se ajoelha, ponto a mão na frente do rosto - " Menino prodígio, inteligente, bonito e ainda tem uma ótima levada. Você conhece ele? É ele mesmo, Dev, apenas dezenove anos e super conhecido mundialmente."

- Você viaja demais.

- Você mesma que me disse que Preciso correr atrás do meu sonho.

- Mas correr atrás do seu sonho aqui no nosso limite - digo colocando a mão no nível do meu pescoço.

- O limite vai além disso, o limite é muito mais que isso - Ele põe a mão na minha cabeça - E você ta muito baixa ainda, tem que ser no meu limite. Por favor, me ajuda.

- O que você quer que eu faça?

- Me ajuda a criar um passo maneiro e dança comigo lá?

- Mas você disse que só tem profissional.

- Você não leva fé no seu potencial? porque gata, eu levo muita fé no meu e demais no seu.

- Vou pensar e amanhã te dou a resposta. Pode ser?

- Jaé, espero por isso - Dev diz me abraçando.

- Sem essa de chantagem emocional.

- Nem tinha pensado nisso - Faz cara de paisagem.

- Claro que não - digo batendo na sua cabeça de leve - Mete o pé.

- O que vocês estão falando? - Clarissa diz vindo do banheiro.

- De como você é uma gata - Dev diz virando para mim e piscando - Sereia, cante para mim.

- Não sou para você neném - Clarissa diz passando a mão no rosto de Dev.

- Você não sabe o que o neném aqui sabe fazer. Te faço acreditar que sou o super homem, apenas me dê uma chance.

- Vai tentando - Clarissa diz rindo - Vamos Katherine? To com uma merda de dor.

- Um real agora - Digo estendendo a mão.

- A que inferno.

- Dois

- Inferno é palavrão?

- Não, mas é para você parar de resmungar.

- A vá - Clarissa diz pegando um real na sua bolsa - Não enche.

- Obrigada gatona - Digo indo para porta. Dev vem com a gente.

- Pensa no assunto Katherine. E você também princesa - Dev diz piscando para Clarissa e indo embora.

- O que ele quer?

- Que eu dance em um evento, na casa branca.

- Alucinações correto?

- O nome do evento é esse?

- Sim, esse final de semana. Vai menina, o que você tem a perde?

- A sei lá - Digo atravessando a rua - Vou ver.

- Ta com medo?

- Não.

- claro que ta.

- Não vou discutir isso com você - Digo me virando para a rua, em direção ao meu apartamento.

     Assim que cheguei em casa, não tive tempo nem de comer. Fui tomar um banho rápido, vesti a roupa que vi primeiro e desci que nem louca para a faculdade. E pela primeira vez cheguei na hora. No final, já estava louca de cansaço e como se não bastasse o professor que estava dando aula, substituto, parecia não saber a diferença de falar e gritar. Fora quando cuspia, essa foi a parte mais divertida, deu um banho nos que estavam perto dele.

  No caminho de volta para casa eu fui dirigindo calmamente, pensando no que ia fazer em relação a festa. E claro, em Damon. Ele não me ligou, mas também estava querendo muito. Ele disse que ia aparecer. Então ele vai aparecer. Assim que chego na garagem, fico um pouco lá, dentro do carro, descansando. Quando me sinto menos morta, levanto e vou para o elevador.

   Quando entro eu to muito desligada, porém parece que tenho um toque e olho para frente a tempo de ver um cara na recepção, ele sorri para mim. Seus cabelos grisalhos, olhos pretos, fazendo minha barriga revirar. As portas se fecham e o elevador sobe. Meu Deus, o que Falcão ta fazendo aqui?

Alucinante demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora