8.

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- Desculpa mas tenho de ir! Passou-se alguma coisa e preciso de voltar para o Colégio!- exclamei enervada.

- Mas está tudo bem?

- Sim! Quer dizer não sei…Tenho mesmo que ir desculpa!- dei-lhe um beijo na cara, levantei-me apressadamente e comecei a correr em direção à vila. Não olhei para trás para ver se ele me seguia, mas passado algum tempo apercebi-me que não.

Chegando lá a baixo dirigi-me de imediato à pastelaria para me encontrar com a Carly. Ela já me aguardava à porta sozinha, provavelmente, também tivera de abandonar o Peter, tal como eu abdiquei de estar com o Ash.

- O que é que foi? O que é que…- fiz uma pausa para respirar fundo, a corrida secara-me a garganta, por isso falar não era tarefa fácil.-…Se passa?

- A Charlie enviou-me uma mensagem a dizer que algo acontecera a uma rapariga e que tínhamos de voltar imediatamente!

- Então vamos!- abandonámos a vila e subimos o caminho ingreme em direção ao Colégio. Se eu já estava cansada da corrida monte abaixo depois daquela subida estava estafada!

Reparei que a chegar ao Colégio estavam mais algumas raparigas, o John, a Mackenzie, a Kimberly e as amiguinhas.

O edifício principal parecia estar vazio. O John dirigia-se para o relvado apressadamente, seguimo-lo já que não sabíamos por onde ir.

Centenas de raparigas ocupavam a relva verde e fofinha tornando-a espalmada, mas parecia estar tudo à volta de algo.

Rompemos um caminho pelo atafulhado de pessoas em direção ao que elas rodeavam, neste caso o court de ténis.

Quando conseguimos dar-lhe uma espreitadela virei a cara de imediato e encostei-a ao ombro da Carly que também estava perplexa com o que vira.

Tentei apagar a imagem que agora flutuava nos meus pensamentos, mas sabia que não valia a pena e que ela iria ficar para sempre imortalizada no meu subconsciente.

- Não é preciso olhares…- disse a Carly num tom de voz calmo e pousado enquanto me afagava o cabelo. Retirei a cabeça do seu ombro e afastei-me empurrando a multidão numa tentativa incessante de sair daquele lugar.

As lágrimas corriam-me pela cara, não porque estava triste com o que acontecera já que não conhecia a rapariga, mas sim porque tinha medo. Estava assustada, aliás aterrorizada! Tinha medo que eu fosse a próxima. A seguinte na lista de morte daquele psicopata.

O medo apoderou-se de mim fazendo-me cair desesperada na relva, felizmente já passara a multidão.

Sentei-me, olhei para o céu, a agradável brisa secava as lágrimas que me caiam do rosto.

Fiquei ali a mirar o céu, a ver os pássaros a sobrevoa-lo na sua alegria própria, a alegria de voar, a alegria de ter asas para poder escapar aos momentos mais indesejados da vida. Naquele instante também eu queria ser como eles e poder fugir daquele cenário horrível que me traumatizara e entristecera.

- Hey…Estás bem Beth?- ao meu lado estava agora o John.

- Sim…- respondi apenas uma palavra pois sabia que se eu tentasse falar mais as lágrimas iriam voltar a escorrer-me dos olhos…

- Tens a certeza?- talvez ele quisesse confirmar a minha resposta pois percebia que não era verdadeira, provavelmente devido à expressão infeliz que se apoderara da minha cara e aos meus olhos avermelhados devido ao choro.

- Não acho que não…O que eu vi ali chocou-me um bocado…

- Chocou-nos a todos!- exclamou pondo a mão no meu ombro.

Colégio de St. PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora