13.

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- Não acredito…- dito isto bufei e olhei em redor. Tinha duas opções, contar-lhe e ela também iria ficar sobre as ameaças do assassino ou calar-me e continuar a mentir sobre saber algo sobre a morte da Emily. Inspirei fundo e expirei. Contar ou não contar?

Mas como sabia se podia confiar nela? Como é que sabia se ela não iria contar a outras pessoas e por as suas vidas em risco? E mais importante, como é eu sabia se ela não era o assassino?

A meio destes pensamentos apercebi-me que a minha boca se adiantara e começara a contar tudo sem exceção.

-…e é isto que sei.- terminei por fim a narrativa e respirei fundo pois estava ofegante de ter contado tudo sem pausas. A Hanna estava incrédula, a sua pele branca estava ainda mais pálida e os seus olhos azuis tinham perdido o seu fulgor inicial.

- O quê?!

- Ouve tu não podes contar a NINGUÉM o que acabas-te de ouvir! Como já disse este psicopata refere nas mensagens que se contares és a próxima, e depois de tudo o que ele fez custa-me a acreditar que sejam apenas ameaças.

- Mas, mas…Nós nós temos que contar à diretora! E e à policia!

- Não Hanna! Se fizermos essas coisas sabe-se lá o que ele poderá fazer!

- Então, então…Fazemos o quê?- perguntou já exaltada.

- Descobrimos o assassino antes que ele nos descubra a nós.- respondi.- Primeiro diz-me uma coisa como era a rapariga que disse para vires falar comigo?

- T-tinha o cabelo castanho e os olhos também d-dessa cor, e e era ma-magra.- respondeu a Hanna gaguejando. Comecei a juntar aquela descrição ao que ela dissera anteriormente sobre a rapariga que falara com ela ter um ar perturbado e parecer mais nova. Isso a juntar ainda ao facto de ela ter acesso a uma foto minha que estava no dormitório…

- Margareth!- foi tudo o que consegui dizer, a rapariga era a Margareth. Afinal só ela sabia do “-1” na sua almofada para além de mim.

- Margareth?! É esse o nome da rapariga?

- Sim é…Hanna tu voltas-te a ver a Margareth o resto da manhã?- ela fez sinal com a cabeça que não, nesse momento levantei-me apressadamente e comecei a andar em direção aos dormitórios, deixando a Hanna sentada na relva.

- Espera!- gritou depois começou a correr na minha direção.- Onde vais Bethany?

- Ao dormitório…- ao chegar ao dormitório reparei que a porta estava destrancada. Entrei e dirigi-me à cama da Margareth juntamente com a Hanna.

Em cima da colcha estava um dos seus livros do Sherlock Holmes, peguei nele e reparei que uma das páginas estava arrancada, coloquei o livro de novo na cama e saímos do dormitório trancando-o à chave.

Comecei a correr para voltar lá para fora o mais rápido possível, sentia os passos da Hanna ao meu lado, ainda não lhe dirigira a palavra desde que me levantei, a razão para isso era eu ter a cabeça num turbilhão, afinal a Margareth contara algo que não devia a outra pessoa, neste caso a Hanna, por isso o mais provável era o assassino já ter tratado da sua vingança…

- MARGARETH!!!- gritei desesperada. O chão parecia ter estremecido com o meu berro assim como os pássaros que voaram das arvores onde anteriormente estavam posados com o susto.- ONDE ESTÁS?- berrei ainda mais alto atraindo a atenção de algumas raparigas que passavam por ali na altura em que soltei mais um grito. Senti a Hanna a aproximar-se de mim e a colocar a sua mão no meu ombro.

- Calma Bethany! O que é que se passa?- questionou tentando acalmar-me. Cerrei os punhos em sinal de raiva e não respondi. Virei-me e olhei-a nos seus olhos azuis e tranquilizadores e senti uma lágrima escorrer-me pelo rosto.

Colégio de St. PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora