17.

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Corri até ao court de tênis na esperança de encontrar a Margareth.

Já estava muito perto quando de repente o vulto que eu avistara uns metros atrás desaparece.

- Margareth!- chamei.

- Bethany! - o berro estava mesmo ao meu lado, mas não havia sinais da Margareth.

Olhei para todos os lados e nada, não encontrava a origem do grito.

A resposta estava mesmo debaixo do meu nariz. Olhei para baixo e vi um gravador. Peguei nele e carreguei num botão ao calhas.

- BETHANY!!!- toou o gravador furando-me os tímpanos.

Fora enganada, tinha que sair dali o mais rápido possível se aquele vulto não era a Margareth então só podia ser...

Nem terminei aquela conclusão pois já estava a correr dali para fora.

Entrei rapidamente no edifício dos dormitórios e subi as escadas até ao dormitório 30.

A porta estava trancada e eu estava em pânico.

Procurei rapidamente as chaves nos bolsos, aquele misterioso vulto estava a vir na minha direção.

Felizmente encontrei as chaves a tempo, abri a porta apressadamente e entrei fechando-a de imediato atrás de mim.

No dormitório estava a Kimberly e as damas de companhia que me olhavam curiosas.

Limitei-me a ignora-las e a dirigir-me à minha cama. O que teria acontecido se eu não tivesse encontrado as chaves?

Tentei apagar esse pensamento da minha cabeça...

Vesti o meu pijama do Mickey e deitei-me. O livro da Margareth ainda estava na minha mesa de cabeceira mas naquela altura não me apetecia lê-lo, por isso decidi ir dormir.

***

Nem o sono afastou os meus pensamentos mais obscuros, apenas os transformou em pesadelos macabros e horripilantes.

Levantei-me lentamente da cama, espreguicei-me como um gatinho e arranjei-me.

Comprei uma maçã, assinei um pepelinho por ir sair do Colégio e dirigi-me à cidade.

Caminhei pela descida vagarosamente para não cair.

Cheguei à vila e fui de imediato à pastelaria.

Entrei e mais uma vez aquele maravilhoso cheiro a bolos arrancou-me um sorriso.

Olhei para todos os lados e nada. Quem eu queria ver não estava ali.

Lembrei-me de comprar um bolo para dar a Carly quando ela regressasse ao Colégio.

Dirigi-me ao balcão e toquei uma pequena campainha prateada para chamar uma empregada.

Quando vi quem me vinha atender sorri de orelha a orelha.

- Bom dia bem-vindo à...

- Olá Ash!- interrompi.

- Ah olá Beth, então estás melhor?

- Sim estou obrigada...

- Com o namorado a ajudar como é que não haverias de estar...- disse entre dentes.

-O quê?!

- Ainda bem! Olha eu estou um bocado ocupado lá dentro por isso...

- Espera! Ouve aquilo de ontem foi um mal entendido eu não namoro com aquele rapaz...- expliquei.

-A sério?- questionou sorridente.

-A sério!

-Ainda bem...

- Ainda bem?!

- S-sim porque assim tu e eu, ah quer dizer tu, nós e tal...- respondeu bastante corado.

-Hhm está bem...Olha podes embrulhar esse bolo de chocolate para eu levar?

-C-claro!- dito isto pegou no bolo gentilmente e colocou numa caixa.

-É quanto?

-Dez!

-Ok, aqui tens...- disse entregando o dinheiro.- Ainda bem que ficamos esclarecidos.

-Pois é!- sorri-lhe. Estava feliz pelo Ashton e eu estarmos bem.- E a Carly esta melhor?

-Sim esta, para a semana acho que já volta ao Colégio!

-Fixe! E a tua cabeça já não dói?

-A minha cabeça?!- perguntei levando a mão à testa.

- Tu partiste a cabeça não te lembras?

- Ah sim claro!- eu não acredito que fui tão irresponsável! Não descansei e andei à procura dum assassino de cabeça rachada!

- Ainda bem que estás melhor! Ouve, eu estou mesmo ocupado na cozinha por isso...

- Tudo bem! Adeus Ash.

- Adeus linda!

- O que?

-A-Adeus Beth!

- Ah, ok!- disse soltando uma gargalhada ao ver o Ashton tão atrapalhado.- Xau!

- Xau!- dito isto afastei-me do balcão e saí da pastelaria.

Mas de repente tudo mudou...A cores já não estavam nítidas e vibrantes pelo contrário, eram praticamente inexistentes e esbatidas.

O chão por de baixo dos meus pés parecia ter desvanecido e senti-me a flutuar...

Depois o escuro invadiu a minha visão e senti-me a tombar para o lado embatendo com a cabeça no chão...

Acordei num quarto, este tinha paredes brancas que me davam dores de cabeça pois refletiam a luz brilhante que vinha da única janela na divisão.

Ouvi passos atrás de mim mas não consegui ver a quem pertenciam pois fazer qualquer movimento era uma impossibilidade.

- Estás a gostar do Céu?

Céu?!

- E-eu morri?- questionei com uma voz que não parecia ser a minha.

- Talvez...- depois pôs-se à minha frente revelando a sua identidade. Ela era...Linda! O seu cabelo estava perfeitamente encoracolado, os seus olhos castanhos eram destacados por uma sobra e lápis brancos que combinavam com o vestido de renda igualmente branco.

- Quem es tu?

- Sou a Taylor.

- Taylor?- mas depois lembrei-me, de a ver numa foto na mesa de cabeceira da Margareth.- Tu es a...

- Suicida do dormitório 30!- completou num tom irônico.

- O que queres de mim?

- Avisar-te!

- Do que?

- Eu não me matei! Mataram-me! E tu es a próxima! Eu vou dar-te duas escolhas, ou ficas aqui comigo ou voltas para o Colégio e acabas por morrer à procura de um estranho assassino.

- Mas eu não posso morrer e, e a minha mãe, a Carly, o John a minha família!

- Vais morrer de qualquer das maneiras mais cedo ou mais tarde, queres mesmo morrer a tentar descobrir alguém que é tão bom a esconder-se nas sombras?- não respondi.

Ela aproximou-se de mim e susurrou ao meu ouvido...

- O que escolhes Bethany, um doce sonho ou um lindo pesadelo?

Colégio de St. PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora