11.

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Um “-1” estava escrito na almofada da Margareth. Mas desta vez não era a tinta preta, era vermelha. Rezava eu para que fosse tinta.

Peguei na almofada mas de imediato a atirei para a cama ao aperceber-me que o material utilizado para escrever era sangue.

Mas que mente doentia teria escrito aquilo? Pensei logo que aquele “-1” significasse menos uma rapariga, neste caso a Emily.

Retirei a fronha da almofada para a colocar na caixa das “provas” juntamente com os restantes bilhetes. Reparei que debaixo da almofada estava outro bilhete. Li-o.

Se contam a alguém são as próximas…

Beijinhos”

Confirmava-se que quem deixara o “-1” fora a mesma pessoa que deixara as restantes mensagens.

- O que é que estás a fazer com a minha almofada?- a Margareth entrou no quarto exaltada e dirigiu-se a mim de imediato.- -1?! Foste de tu que escreves-te isto?

- Não!- retorqui entregando-lhe o bilhete.- Foi ele! O assassino! Ouve Margareth, se tu sabes quem é tens de me dizer! Nós podemos acabar com isto!

- Eu?! Eu sei tanto como tu! Não faço a mínima ideia de quem seja este assassino maluco!

- Mas tu hoje de manhã disseste que tinhas visto quem tinha morto a Emily!

- E vi!

- Então quem foi?

- A própria Emily matou-se, foi isso que eu vi!

- Tens a certeza?

-  SIM TENHO! AGORA DEIXA-ME EM PAZ! SABES O QUE É P-A-Z?- pronunciou a Margareth elevando bastante o tom de voz

- Sim, mas calma, eu…

- “Eu, eu!” És só uma coitadinha não é Bethany? Desde que vieste para cá que trouxeste esta praga de problemas! Como é que eu não sei que não és tu a assassina?

- Porque não sou! Margareth! Isso é absurdo!

- Não sei...Talvez não seja assim tão absurdo! Deixa-me em paz ok?- de seguida a Margareth arrancou-me violentamente a fronha da almofada das mãos. Levantei os braços em sinal de paz e afastei-me.

Não queria problemas, e ainda por cima a Margareth parecia bastante perturbada e nervosa.

Talvez ela ja tivesse contado a alguém, e essa pessoa ameaçou fazer-lhe algo se ela contasse a mais alguém. 

A Margareth parecia ser uma rapariga desequilibrada e frágil entrar numa discussão com ela não me era a melhor ideia.

Abandonei o dormitório porque depois do que acontecera não me apetecia ficar ali na companhia da Margareth.

*****

Apalpei a mesa de cabeceira na tentativa de encontrar o telemóvel. Peguei nele e vi as horas, oito da manhã.

Hoje já não me tinha de arranjar à pressa como no dia anterior.

Sem ser o "-1" na almofada da Margareth, foi uma quinta-feira bastante calma.

Agora era so passar a sexta-feira e no fim de semana já tinha dois dias de descanso daquele manicômio.

Penteei o meu cabelo, que não podia ter mais nós,  lavei a cara e fui até ao bar do Colégio buscar uma maçã para o pequeno-almoço.

- Hey Beth...

- Ah! Olá Caroline!- respondi num tom entusiasmado bastante falso.

- Será que posso falar contigo?

Colégio de St. PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora