Tempestade

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Camila

     As luzes do lugar de repente se acenderam, um homem alto com cerca de 40 anos e cabelos pretos começando a ficarem grisalhos, segurava uma arma apontando para nós, assim como a mulher que parecia ser mais nova cerca de 30 anos, cabelos castanho avermelhados uma cara de quem podia atirar a qualquer instante.

    Pela aparência do lugar eles deviam estar acampados ali a alguns dias e tinham mais armas a disposição. A boca da arma da mulher apontava para Mariana.

    — Olha só a gente não quer confusão. Nos expulsaram do mercado e...

    A mulher e o homem trocaram um rápido olhar significativo.

    — Então são vocês que estão lá. E porquê expulsaram vocês? O que vocês fizeram?

    — Uma maluca arrumou uma arma e decidiu que nós somos uma ameaça. — disse Sabrina. E eu senti vontade de dar um murro nela assim que ela disse aquelas palavras, já não era ruim o suficiente estarmos invadindo o espaço deles, ela ainda queria que suspeitassem que éramos uma ameaça.

    — E o que vocês fizeram pra que ela pensasse que vocês são uma ameaça? — indagou a mulher.

    — Digamos que nós desafiamos ela, e ela não gostou nada. Mas a questão é que tem pessoas lá que estão praticamente reféns dela. Nós não temos arma alguma, só temos... — antes que eu pudesse terminar a mulher me interrompeu.

     — Comida. Bom hoje é o dia de sorte de vocês então, por que nós temos algo que pode ajudar vocês e vocês tem algo que pode nos ajudar.

    — Nós podemos negociar mas você poderia abaixar essa arma primeiro? — perguntou Mariana.

    A mulher concordou e travou a arma a baixando.

    — A propósito, eu sou Lara e este é Tiago.

    Nós nos apresentamos rapidamente.

    — Então vocês vão trocar algumas das suas armas por quanto de comida? — perguntei, pensando bem, afinal éramos muitos no mercado e ficaríamos ali sabe-se lá por quanto tempo.

    Lara colocou sua arma em um coldre e pela forma como lidava com a arma podia ver que ela tinha prática, talvez fosse policial ou segurança antes disso tudo acontecer.

    — Bom nós queremos uma quantidade que valha a pena, viemos de uma comunidade de pessoas que conseguiram se juntar e montar um lugar seguro quando tudo aconteceu. Somos do grupo de busca, e temos que voltar com uma boa quantidade de comida para manter todas as pessoas. Mas quando chegamos vimos um monte de pessoas indo embora e pensamos que talvez estivessem saqueando o mercado. — indagou Tiago, colocando sua arma em cima de uma caixa, ele não tinha tanta prática quanto Lara ao segurar a arma.

    Me lembrei automaticamente de Alexandre e de todos que foram embora e me perguntei se haviam conseguido.

    Lara concordou cruzando os braços, os dois usavam alianças e me perguntei se eram casados.

    — Sim, mas quando demos uma espiada vimos que o mercado estava cheio de pessoas, idosos, crianças. Nós não queremos causar problemas nem tomar nada de ninguém, por isso vamos oferecer metade das armas que trouxemos, mas como o Tiago disse, precisamos de uma quantidade significativa de comida. Vamos dar munições também, claro.

     — Nós temos um caminhão aí fora, vocês podem encher ele e nós damos as armas e as munições, de acordo? — perguntou Tiago.

     Eu estava prestes a aceitar quando Bruno indagou:

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