CAPÍTULO OITO

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J E R E M I A H

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J E R E M I A H

A mesma mesmice de sempre. Abriu a porta do quarto e notou tudo exatamente aonde tinha deixado. Se jogou na cama, sendo levado por um cansaço desconhecido. Até porque não fez nada cansativo durante esses dias no hospital. Exceto olhar para a estressante expressão de positividade da mãe o tempo inteiro.

— Filho, venha jantar. — cantarolava a melodiosa voz da sua mãe,  chegava a dar ataque de pânico.

Filho, agora essa palavra resolveu ser inclusa em seu vocabulário. A tentativa de apagar todos os anos em que ela agia como uma total estranha, estava falhando. Nem todos os erros devem ser perdoados facilmente, alguns devem ser como um desprezível, porém agoniante calo no pé.

— O jantar vai esfriar. — deixou a porta entreaberta e colocou apenas sua cabeça a mercê da visão de Jeremiah. O que fez lançar uma expressão de contragosto. — Pode parar de fingir que eu não estou aqui? Eu ainda sou sua mãe.

— Como se agisse como tal. — murmurou para sí mesmo.

— O que você disse? — empurrou a porta vorazmente entrando de vez no quarto do filho. — Estou cansada de suas birras, para de querer chamar atenção. O mundo não gira em torno de você, quantas vezes tenho que te falar isso?

— Pare de querer agir como injustiçada. Você não é a vítima aqui.

— Nem muito menos você. Somos duas pessoas sofrendo consequências dos atos de... Você sabe quem, eu não preciso falar em voz alta.

— Do meu pai, do seu marido não é? Era isso que você não conseguia falar? 
Você é u-uma, u-ma...

— Vergonha, eu sou uma vergonha. Eu não conseguir nem criar o filho que ele me deixou. É isso que você queria ouvir? Você conseguiu. — como uma frágil boneca sendo lançado ao chão. Ann desabou ao chão. Ocasionando em ferimentos em seus joelhos. Mas isso não a interrompeu de por para fora toda a amargura que suportava interiormente. O lindo castelo de mulher perfeita foi desfeito, ainda haviam duas opções: juntar os cacos dessa mulher de aparências e agir como nada tivesse acontecido ou se levantar e ser uma nova mulher. Mas, infelizmente, as pessoas não mudam facilmente, não é? Todas elas tendem a voltar ao mesmo caminho, mesmo sabendo que é errado. São os chamados "racionais", porém que nem sempre buscam a razão. Prazer... esses são os seres humanos.

O som da campainha foi ouvido. E mais uma vez a mãe perfeita surgiu. Aquela frágil mulher que antes chorava deu lugar a uma Alegre e despojada mulher que Jeremiah não conhece. Nunca conheceu.

— Você é uma fraude e nunca passará disso. —  palavras duras, lançadas ao ar como uma brisa gélida penetrando uma penumbra qualquer.

Ignorar. Ela sempre soube a arma mais letal que tinha contra o filho. Mesmo muitas vezes o ferindo inconscientemente, ela sempre o decepcionava. A incredulidade de Jeremiah sobre a sua mãe chegou a um nível tão alto que sempre esperava a próxima decepção.

O Último Toque (Romance Gay) | HIATUS |Onde histórias criam vida. Descubra agora