M A R K
Tudo estava completamente girando como um redemoinho sem fim. Sentia-se estranhamente em paz, tinha a plena certeza que lhe deram alguma espécie de calmante.
— Você acordou. — um sorriso automático brotou em sua face. Sem esperar essa era sempre a reação que sua filha lhe causava. — Estava preocupada, papai. — aproximou-se mais do leito e tomou a calejada mão e a apertou com força, ela era uma menininha nova, mas já sabia muito sobre o mundo adulto. A sua exposição a essa realidade a obrigou a amadurecer rapidamente, muitos diriam que isso não é saudável para uma criança de apenas oito anos, mas ela sempre soube olhar o lado bom das coisas. — Quando você vai voltar para casa? — sem perceber um riacho despontava de seus olhos.
— Em breve. — ele tentava exibir bravura, mas era muito dificil na maioria das horas. Ver a sua princesinha tendo que enfrentar todo aquele vendaval e não poder a apoiar corretamente, só lhe destruia mais. — Não, chore. Quando sentir minha falta lembre-se que sempre estarei aqui — levou a sua mão que estava entrelaçada com a filha até o seu pequenino coração. —, aí dentro. Te amo muito minha princesa.
— Por favor não me deixei. — o abraçou como se nunca mais fosse o ver. O arrochou em seus braços quase o deixando sem ar.Ele por sua vez alisou os belíssimos cabelos loiros, esvoaçados pelo suntuoso vento que passava através das aberturas das janelas.
Notou uma arranhada de garganta com a intenção de chamar a atenção, só assim notou a sua mãe o olhando com uma expressão irritada, mas nem por isso deixou de aproveitar os preciosos momentos que desfrutava com a filha.
— Vamos querida, o horário de visitas acabou. — levantou-se repentinamente esticando o braço direito com o intuito de tirar a neta dali o mais depressa possivel.
— Claro vovó. — mesmo desgostosa se despediu do pai com mais um abraço e um beijo na bochecha, para depois se juntar ao lado da avó.
— Será que você pode nos esperar lá fora querida? Será breve, eu prometo. — a perguntava, apesar de apresentar um tom de ordem.
— Tudo bem. — movimentou a mão direita em sinal de despedida e saiu da sala.
— Espero que já esteja cansado de me decepcionar. Eu não vou cair nessa que você tem probleminhas psicológicos. — sem nem poder raciocinar, ouviu a portar ser fechada violentamente.
Fechou os olhos e tentou acalmar os nervos. Sentia seus ossos se contraindo, um sentimento de desespero se instaurou, algo completamente inexplicavel, uma tensão descomunal. Estava em um pânico total.
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O Último Toque (Romance Gay) | HIATUS |
RomanceJeremiah é um relojoeiro de renome. Porém sua vida caí em ruínas ao ser despedido do seu emprego dos sonhos. Mark, por sua vez é um recém formado em Engenharia Mecânica buscando uma oportunidade no mercado. Um evento catastrófico acontece, que por...