CAPÍTULO QUATRO

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J E R E M I A H

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J E R E M I A H

O nervosismo percorria por todo o corpo da sua mãe. O medo de perder o seu único filho em seus braços chegava a ser alucinante. Uma cena digamos que até irônica, Jeremiah ficaria boquiaberto ao saber que a mãe que tanto gritava, maltratava estava aos prantos com seu corpo desacordado.

Minutos depois a ambulância chegou tomando conta da situação, o posicionou em uma maca, e tentando conter a maior quantidade possível de sangue.

Seria a maré de falta de sorte que estava percorrendo sua vida, mas ele mais uma vez fora presenteado com isso, todos os hospitais públicos estavam lotados, a tensão se alastrava como uma catastrófica e silenciosa epidemia.

Não tendo mais opções públicas fora  encaminhado para um hospital particular no lado oposto da cidade.

— Ele só tem trinta minutos, se não chegar até esse tempo ele não vai resistir. — com essas palavras só serviram de impulso para as lágrimas contidas da mãe serem liberadas. Não conseguia liberar nenhum som sequer da sua boca, preferindo assim só interceder pela recuperação do filho em silêncio.

O nosso erro é sempre olhar para as situações com o lado ruim. Não sabia eles mas a sorte estava mais perto do quê longe. Bastasse olhar as coisas pelo lado bom.

Chegando no local, fora imediatamente retirado às pressas e levado para a sala de cirurgia, o tempo do percurso só favoreceu o agravamento dos ferimentos e das probabilidades de vida.

A angústia e a incerteza do que aconteceria nas horas seguintes chegavam a ser agonizantes. Aquele maravilhoso frio na barriga e a sensação de borboletas no estômago deixaria a partir daquele dia de ser um indício de algo bom na vida da mãe de Jeremiah. A dor tende à essas coisas, transforma algo magicamente bom em uma imensidão de melancolias e lamentações.

— Eu preciso de notícias do meu filho.— pela quarta vez oportunava a pobre recepcionista do setor de urgência. A ansiedade era tamanha que restavam poucas evidências que horas antes suas unhas estavam milimetricamente pintadas e feitas.

— Senhora, sinto muito em lhe informar, mas não sou autorizada em comunicar o estado de pacientes que estão na urgência e ainda por cima passando por cirurgia. — tentava ao máximo não demonstrar em suas expressões faciais o descontentamento em ser pertubada dessa maneira, o que foi meramente falho. Seu modo de não se importar com as aflições alheias chegava a estar nítido para qualquer um, voltou o olhar para a lixa de unha na qual estava posicionada próxima a mão esquerda e continuou seu trabalho mecanizado e metódico.

Desgostosa com a atual forma de tratamento que sofreu levantou-se abruptamente com o intuito de ir até a gerência reclamar insatisfeita. Mas foi no exato momento no qual bateria a porta que se lembrou, ela não estava pagando por nada dalí, seria até um ato de mal agradecimento reclamar de uma boa ação, um ato pior que um soco diferido na face, ao ter que engolir o orgulho, como todos dizem:  o mundo dá voltas, para ela essa frase começou a acontecer com ela. Porque não tem como plantar o que não colheu não é mesmo?

O Último Toque (Romance Gay) | HIATUS |Onde histórias criam vida. Descubra agora