Capítulo 2

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Avery narrando

Miranda tinha acabado de sair eu eu estava sozinha com os gêmeos, ela ultimamente anda saindo muito e nunca me conta para onde vai, ela está estranha e não conversa comigo, isso me deixa nervosa, não me dou muito bem com pessoas escondendo coisas de mim. Paro de divagar quando sinto uma mordida em meu dedo, olhos para minha mão e vejo Malia com seus dentinhos cravados em meu dedo, Mason olha para ela indignado, eles eram muito inteligentes, só tinham um ano mas já andam e tem todos os dentinhos, fora as palavras, já me chamam de "Mamy" e Miranda de "Vovó" ou "Vó Mi" eles também chamam minha mãe e meu pai por apelidinhos e amam falar com o "Ti Vão" e "Ti Manda". Eu sempre rio muito com eles. Eles são avançados igual a mim na idade deles, o que me deixava toda boba. Mason segura no ombro de Malia e a puxa para ele, tirando ela de perto de mim, os dois são muito ciumentos mas sempre tentam me compartilhar um com o outro, mas se um estranho chegar perto de mim para me cumprimentar ele gritam "MAMAMAMAMA" e afastam a pessoa com a mãozinha, ou mordem, ou olham com "cara de mau" eu me derreto toda, não consigo não achar fofo esse ciúmes. Claro, eu os corrijo quando necessário, eles entendem o que é um "não" e um "para" e são tão obedientes... Me dão muito orgulho. A chegada desses anjos em minha vida tem me distraído o bastante para eu não pensar em Joshua, eu ainda o amo, e mesmo com os meus bebês eu sinto um vazio imenso dentro de mim, queria saber como ele está, se está bem... Soldre tenta me ligar sempre que dá, nós estamos ainda mais próximos, quando soube da minha gravidez e que eu estava no Brasil, veio pra cá e ficou até os meus seis meses comigo, mas houveram problemas e ele teve que voltar. Sookie se comunicou comigo e eu a perdoei, ela não pode vir pra cá mas me liga sempre para saber de tudo. Olho os meus nenéns e os vejo "Discutindo", me levanto e ando até a cozinha, preciso de um copo d'água. Ouço pequenos barulhos, olho para trás e vejo Mason em pé ajudando Malia a ficar em pé e então os dois começam a me seguir. Era a cena mais fofa, continuo andando, mas devagar para eles conseguirem me acompanhar e chego na cozinha, logo eles estão perto de mim, eu também acho uma graça quando eles fazem isso, eles amam me seguir, sério, eu vou pra um lugar, eles vão também, isso é desde o três meses quando aprenderam a engatinhar. Coloco minha água no copo e bebo a mesma, eu estava exausta, os gêmeos sempre dormiram a noite mas nessa noite eles estavam elétricos, ou seja, não dormi nada. Saio da cozinha e ando até o quarto, eles sobem escadas já mas bem devagarinho então eu sempre esperava um pouco, quando subimos os três eu entrei no quarto e me sentei na cama, minutos depois sinto várias mãozinhas em minhas pernas. DEU CERTO GRAÇAS A DEUS! Tiro a blusa e coloco um em cada peito e me deito e faço os dois deitarem também, fica um de cada lado meu só dormem assim quando estão comigo, quando tem que dormir sem eu estar junto eles ficam no berço sem problemas mas dormem juntinhos, um abraçando ao outro. Logo vejo que eles dormiram então acabo pegando no sono também.
Acordo quando ouço barulhos, me desencaixo dos meus filhos lentamente para não acorda-los e saio do quarto para ver o que é. Vejo Miranda colocando a bolsa na mesa da sala e suspirando. Ela vai até o "bar" e coloca um pouco de Whisky no copo e bebe, fico surpresa, não sabia que ela bebia. Olho no relógio de pulso e já são oito da noite, quando ela saiu daqui era antes das dez da manhã, o que será que estava fazendo até essa hora? Vou em sua direção e ela não chega a me ver. Percebo que está aérea. Coloco a mão no seu ombro e a mesma se assusta mas quando me vê relaxa e então sorri.

-Oi, Avery. Tudo bem.? - me pergunta

-Comigo sim, vem Miranda, vamos conversar. - pego em sua mão e a puxo suavemente, ela vem sem contestar. - Me conte o que está acontecendo, não quero pressiona-la mas eu me preocupo com você

-Eu... - começou mas parou e me olhou angustiada. - Avery... - pude perceber que estava procurando por palavras certas.

-Você sabe que pode confiar em mim né? Que eu estou aqui para tudo o que você precisar, te considero uma segunda mãe. - falo suavemente.

-É eu te considero uma filha mas é um assunto tão ruim para mim. - fala e suspira. - Avery, eu tenho câncer, descobri no começo desse ano e estou me tratando mas já não tenho muitas chances. - falou ela e meu mundo começou a ruir. Como assim? Porque ela não tinha me contado antes? Por que Deus tinha que me fazer passar por isso? Meu olhos se enchem de lágrimas mas eu já os sinto transbordar. Uma das pessoas que eu mais amo vai me deixar. - Não queria te contar por isso, não a quero triste. Eu te amo tanto, e só quero sua felicidade.

Eu a abraço e choro, choro pela mãe que vou perder pela saudade que irei sentir, choro por perde-la. Ela retribui meu abraço e começou a chorar também, ficamos assim por cerca de meia hora, ouço barulhos e olho para a escada, meus bebês estão descendo. Miranda e eu ficamos olhando-os, os dois estavam animados por vê-la, falaram diversos "Vó Mi" e Mirando sorriu.

-Nunca vou poder agradecer o tanto de felicidade que você trouxe para a minha vida, eu vou partir sim mas saiba que esses quase dois anos foram os tempos mais felizes que já tive. Vou ir embora, em paz. Avery, por favor, fale com o pai das crianças, ele merece ver os filhos por mais desgraçado que seja.

-Essa é a questão, Miranda, ele não quer os filhos, me expulsou de sua vida porque eu disse que estava grávida. - falei - e você não tem que me agradecer por nada, eu que sou eternamente grata a você por tudo o que fez por mim e por meus filhos, sem você talvez estivéssemos na rua agora. - dou um beijo em sua bochecha e encerramos o assunto, pois os bebês chegaram até nós, Malia pediu colo para mim e Mason para Miranda. Ficamos nós duas olhando e brincando com eles até cansarmos. Eu vou ficar ao lado de Miranda por todo o tempo em que ela precisar de mim, sem ela eu não conseguiria ter nem uma vida descente direito aqui no Brasil.

One More Chance To Love (PARADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora