Última folha do meu diário

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Há dias que amanhecem e eu nem queria ter acordado. O quarto continua sendo meu cômodo preferido nessa casa. A cama sempre foi minha melhor companhia. Já imaginei tantas cenas neste teto que insiste em ser minha tela preferida a ser pincelado por emoções não vividas.
Estou deitado, sob lençóis brancos, cume um travesseiro testemunho de lágrimas sem fim. Aparenta ser um dia chuvoso, que me concede, novamente, abafar a janela me contemplando mais uma vez a desenhar um rostinho feliz, que sumirá a pouco.
A água fria me leva a velha lembrança à memória de meu sangue entrelaçado junto a ela. O nevoeiro que vem logo em seguida, só me recorda das noites de escuridão que vivi e que sempre me vem à tona, como um pesadelo miríade. A lua já está por vir, e eu ainda nem decidi se quero estar vivo até ela chegar.

DarkcoldOnde histórias criam vida. Descubra agora