1. 1957, julho

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AVISOS:

1. É um universo alternativo onde a vocal line do Bangtan é, basicamente, os Beatles XD sendo assim:

- Jungkook como John
- Jimin como Paul
- Jin como George
- Taehyung como Ringo

2. Tem muito do filme "Nowhere Boy" e do livro "O jovem Lennon" nessa fanfic (na verdade, é meio que uma mistura dos dois com mais algumas coisas que eu adicionei). Tem muitas cenas e referências, mas é bom sempre lembrar que é um UA (Universo Alternativo) ou seja, MUITA COISA será mudada e adicionada de maneira >ORIGINAL< ou seja²: muitos acontecimentos e fatos serão de minha autoria e não terão absolutamente nada a ver com a história dos Beatles. Assim como a personalidade do JK, que é o "Lennon", que não é 100% fiel ao do John real/do livro/do filme. As coisas mais gritantes e marcantes, como shows, jeito de se vestir, algumas falas, permanecerão <3 assim como os acontecimentos importantes, como a entrada do George (Jin) e etc. Tudo bem? A história não é verdadeira, tampouco os fatos, ou seja, não esperem que a história siga o mesmo rumo que o livro e o filme do John Lennon, porque não, não vai ser assim! Mas ainda vai ser legal, eu juro!

Então, boa leitura <333

1957,
julho

Foi exatamente quando ele sacou seu violão, que carregava nas costas, e começou a tocar.

Sim. Foi naquele momento que Jeon soube de alguma coisa. No momento, ele apenas não sabia o quê. Mas lhe era inegável que algo dentro de si havia acabado de começar. E estava fadado a durar por tanto tempo que, talvez, jamais fosse terminar.

Jeon Lennon era conhecido por muitos motivos no meio em que vivia. Mas o que mais destacou-se no momento em que encontrou Park McCartney, fora sua quase jamais vista incredulidade. A forma a qual não se impressionava fácil era um traço forte de sua personalidade, mas de repente, Jeongguk estava ali, com os olhos esbugalhados e um sentimento eufórico de caramba, eu preciso me aproximar desse cara.

Park, todo engomadinho, não era um rapaz que as pessoas julgavam ser um músico apaixonado. Sua forma de andar, sua postura, e até mesmo seu penteado de cabelo, davam a entender que ele não era nada demais — ainda mais entre os jovens. Além da beleza notável e delicada. Quando Jeongguk o viu, ao lado de um colega seu, obviamente não deu bola. Chegou a caçoar os dois garotos quando eles disseram que Park era um ótimo músico que queria mostrar suas habilidades para o grupo.

Mas quando ouviu o mesmo começar a tocar, Jeon finalmente entendeu que as aparências não significavam absolutamente nada.

Park era uma prova viva disso.

Jeongguk viu nos acordes de Park a mesma paixão que ele possuía fortemente dentro de si. Assim como Jimin viu, ao assistir Jeongguk com sua banda — The Quarrymen — sobre o palco improvisado daquele piquenique qualquer, horas antes. Talvez o Park nunca fosse realmente se aproximar e mostrar o que era capaz para aqueles músicos amadores, mas Jeongguk o intrigou. No momento em que viu a paixão nos olhos dele, soube que deveria encontrá-lo e mostrar que sentia e possuía a mesma coisa. Paixão.

Naquele dia, após Jimin tocar no total de três — ou quatro — músicas, Jeongguk ficou sem graça por ter tamanho sentimento. Era do tipo que não gostava muito de sentir.

Então, se escondeu atrás de sua perfeita personalidade.

— Ótimo, até que você não é tão ruim assim — ele disse, mantendo a postura. Os colegas riram.

Jimin revirou seus olhos, ainda fitando-o. Sabia perfeitamente que aquilo não passava de um teatro.

— Como você se chama? — Jimin indagou, ignorando o comentário anterior. Quando se aproximou, os outros dois amigos de Lennon saíram para buscar algumas bebidas.

Jimin viu como o mais novo ficou um pouco menos intocável após isso.

— Jeon — ele respondeu. — E você?

Jimin sorriu, sincero.

— Park.

Jimin esperou que o outro lhe mostrasse um sorriso também, mas Jeongguk era realmente sério. Não o apertou a mão, e nem disse mais nada. Só deu de ombros e olhou para o outro lada da sala, como se Jimin não valesse nem mesmo um terço de sua atenção.

Park franziu o nariz pequeno para a atitude inesperada e mesquinha. Olhou brevemente para Hoseok — o rapaz que havia o levado ali, com certeza absoluta de que Jeongguk iria gostar de si —, que mantinha um sorrisinho no rosto. Jimin fez uma expressão confusa, como quem perguntava o que deveria fazer.

Hoseok balançou a cabeça, com uma expressão calma e sábia. Levantou o dedo indicador. Espera um segundo.

— Ei, Park. — E Jeongguk surpreendentemente voltou a falar. — Se você quiser ficar aqui até mais tarde e me ensinar esses acordes, talvez a gente possa se entender melhor. — Ele o olhou, sem muita vontade. Na verdade, sequer encarou Jimin devidamente.

Park, por outro lado, não gostava de se reprimir ou fingir indiferença. Jamais. Então, voltou a sorrir.

— Certo, Jeon.

E as horas se passaram como um piscar de olhos.

Jimin se sentiu desconfortável a noite inteira; quando as garotas chegaram, quando os cigarros acenderam e quando os garotos começaram a vomitar, mas ficou lá até o último amigo de Jeon ir embora. Em um canto. Lendo algum folheto pela sexta, ou talvez, sétima vez.

Jeongguk se aproximou dele e bateu no violão do mesmo. Deu um sorriso que parecia 50% menos debochado do que seus outros sorrisos, e fez Park franzir o cenho ao notar que finalmente era o último garoto ali, com Jeon.

— Então, você vai me ensinar ou não? — perguntou ele, mantendo o sorriso.

Jimin, com os olhos meio inchados de cansaço e sono, encheu-se de energia novamente. Mostrou mais um de seus sorrisos radiantes, passou por Jeongguk e se sentou em qualquer lugar. Esperou ele fazer o mesmo. E ele o fez.

Quando ambos sacaram seus violões e começaram a tocar, incansáveis, a conversa se manteve por muitas horas. Estudaram um ao outro com cautela. Jeongguk aprendeu mais naquela noite do que em toda a sua vida, assim como reconheceu que Jimin valia muito mais do que todos os Quarrymen juntos — exceto por ele, obviamente — quando o assunto era pura habilidade. Ele repetiu vários acordes ensinados por Park. Errava uma vez. Repetia. E da terceira vez conseguia, surpreendendo Jimin cada vez mais.

Jeongguk deu brecha e foi legal e gentil algumas vezes. Park viu vantagem em ficar sozinho com ele. Chegou a ensinar o Jeon completamente extasiado a afinar uma guitarra e escrever acordes e letras.

Às três da manhã, Jeongguk teve um impulso forte por causa de seus sentimentos.

— Escute, quer fazer parte do meu grupo?

Talvez houvesse sido precipitado. Mas, que seja. Jeongguk gostava de ser exatamente assim.

— Você está falando sério? — Park indagou, com os olhos pequenos bem abertos.

— Estou. — Sua voz engrossou. — Se disser que sim, já é um Quarrymen.

E naquela mesma noite, tudo mudou.

— Sim!

O piquenique de Woolton teve seu fim.

Os Garotos de Liverpool {kookmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora