2. 1957, agosto

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1957,
agosto

Jimin gostava da rua da casa de Jeongguk.

De repente, ele estava familiarizado com aquele lugar. Sempre andava em meio as ruas da vizinhança calma e bonita. Na primeira vez que fora até o mesmo, para comporem e aprenderem juntos — Jeon aprendia muito mais consigo do que ele, com Jeongguk —, quase se perdeu. Mas aquela já era a terceira vez.

E é, todos os convites foram feitos por Jeon. Ele continuava surpreendendo Jimin, mais e mais.

Park não tinha o costume de pensar muito em outras pessoas, mas com Jeon, era inevitável. Sempre que saía da casa do mesmo, após uma tarde inteira trocando ideias, ele se perguntava por que Jeongguk tinha de sempre manter um muro enorme entre eles. Chegava a ser rude, até. Como se reprimisse algo dentro de si, e isso era uma idiotice sem fim.

Não entendia por que os rock n roll's tinham que ser sempre tão perfeitamente insensíveis e machões. Jeongguk não era nada diferente.

Mas ainda sim, gostava de estar com ele. Porque ele entendia de boa música. E era muito mais gentil e divertido quando mais nenhum garoto estava por perto. Claro, Jimin sabia que havia uma tremenda diferença entre o dia que ele conheceu Jeongguk e os dias atuais. Ele não era idiota. Reconhecia que Jeongguk estava mais intenso no piquenique; estava entusiasmado, e quando os garotos saíram e ficaram apenas os dois, ele ficou muito mais a vontade. Talvez alguma coisa tivesse acontecido depois daquele dia, porque, até agora, Jeongguk não se soltou mais com ele. Até mesmo quando eles estavam completamente sozinhos.

Quando Jimin chegou na residência dos Lennon, abriu o portãozinho e caminhou até a varanda. Jeon estava sentado em um balanço, fora de casa, com um cigarro entre os lábios e óculos escuros sobre os olhos.

Jeongguk fumava tanto que parecia uma chaminé.

— E aí? — Jimin disse, limpando as mãos suadas na calça caqui.

Jeon levantou o olhar e não lhe deu nenhum sorriso. Diferente de Park, que demonstrava o que sentia sem pudor. Ou seja: ele sorria.

Lhe era bom passar um tempo em contato com a música com outra pessoa que não fosse seu pai.

— Oi. — Jeongguk apagou o cigarro. — Vamos subir. — Se levantou, sem ao menos cumprimentar Jimin.

Na verdade, Park já estava acostumado. E honestamente, não se importava.

Jeongguk e Jimin adentraram a casa e subiram as escadas. A tia de Jeongguk não estava em lugar nenhum, prontamente, Jimin concluiu que a mesma não estava em casa.

Não se importou.

— Passei a tarde inteira com uma melodia na cabeça — Jimin começou, notando que Jeongguk prestava uma atenção discreta em si. — Estava pensando em ensiná-la à você! — continuou. — Sua prática...?

— Acho que está melhor, Park. Eu fiquei a tarde inteira tentando gravar os acordes de Blue Moon... — Jeongguk contou ao que ambos entravam no quarto. Jimin sentou-se na cama alheia e tirou o violão encapuzado das costas.

— E você gravou?

— Praticamente... Não sei por que, mas pensar que é um acorde de banjo me ajudou a pegar mais rápido — disse, vendo Jimin dar um pequeno sorriso assim que ele trocou o óculos escuros pelo óculos de grau. — O que é?

Jeongguk nunca usava o óculos de grau fora do próprio quarto. E Jimin definitivamente não entendia. Lennon ficava muito bem com eles.

Valorizava os olhos grandes que tinha.

Os Garotos de Liverpool {kookmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora