1957,
final de setembroJeongguk se sentiu péssimo todos os dias após a briga.
— Lua azul... — ele cantava, sozinho em seu quarto, com os olhos fechados. Praticou tanto aquela música que seus dedos sabiam exatamente para qual local correr.
Diferente dele mesmo, que se sentia completamente perdido.
Jeongguk se sentia tão mal. Patético, idiota, rude. Era tudo de ruim. Pensava e pensava naquele fim de tarde, em como não teve coragem de voltar a ensaiar, tampouco conversar com os amigos. Organizou suas coisas e foi embora, dizendo que Park não ia voltar, e ponto. Quando chegou em casa, era como se nada mais tivesse sentido. Nem mesmo ele.
Jeongguk era tão difícil de entender que, às vezes, ele se irritava consigo mesmo. Como se já estivesse cheio de si. Não é como se ele não soubesse que era babaca. Quando queria, Jeon extrapolava na babaquice, e sabia muito bem disso — mas, também, não desejava mudar. Já cogitou desabafar com alguém sobre como se sentia a respeito de tudo, principalmente a respeito do sufoco que sentia somente ao ficar dentro de casa após o falecimento de seu querido tio. Queria mostrar como lhe era difícil sentir quando seu subconsciente dizia que iria se perder e ficar surtado, assim como ficou com a perda e abandono de seus familiares, com as atitudes de sua tia... Precisava engolir.
Era difícil. Até porque nunca olhou em um par de olhos e pensou: eu posso parar um pouco, agora.
Honestamente, sempre pensou que isso aconteceria quando conhecesse, talvez, uma boa garota. Agora que era crescido, ele sentia que jamais iria acontecer.
Mas, voltando totalmente. Jeongguk também sabia que, se não dando uma desculpa plausível para Park, ele não voltaria para a banda. E ele fazia falta.
De verdade...
Jeongguk deu um suspiro, sentou-se no colchão e pegou o copo de água sobre o criado mudo para dar um gole. Respirou fundo, coçando a barriga pelada e balançado os cabelos bagunçados. Logo após despertar, se pegou tocando aquela música novamente. E pensando. E pensando...
Tinha que fazer Jimin voltar para o The Quarrymen, ou tudo jamais teria sentido novamente.
— Se vista e desça! — Ouviu as batidas fortes na porta. Ele suspirou e bagunçou ainda mais os cabelos.
— Sim, Jiji... — diz rouco, para sua tia.
Ele escuta os passos da mulher, escada abaixo, afastando-se. Sem mais delongas, ele levanta-se de sua querida cama, e caminha até a cômoda. Se veste de qualquer jeito e suspira ao olhar pela janela e ouvir seu subconsciente, novamente, avisar que ele precisava se desculpar com Jimin. E fazê-lo voltar.
E sim... ele ia ter que fazer.
Antes de sair do quarto, Jeongguk olhou para a foto de sua mãe na parede. Deu um suspiro baixo ao sussurrar:
— Maluca.
5:42PM,
Liverpool InstituteJeon já havia cantado, pelo menos, umas seis garotas desde que os portões daquela escola se abriram.
Estaria mentindo se dissesse que não estava nervoso. Afinal, aquela escola, não era a sua.
Era a escola de Park. E ele estava ali, esperando-o surgir em algum lugar, para o dar uma chance de pedir desculpas.
Sabia exatamente o que iria dizer ao mais baixo, uma vez que queria parecer arrependido, mas não desesperado — apesar de estar, sim, um pouco desesperado. Falaria sobre estar ansioso naquele dia por ser a primeira vez dos Quarrymen com alguém tão bom (mentira), falaria que estava meio bêbado e que não quis o julgar pela aparência, ou falar sobre seu possível futuro (mentira), falaria que ele jamais fingiu e nem se reprimiu, mas que perdoava Park por insinuar essas coisas sobre si (mentira, também). E finalizaria convidando-o a voltar para a banda, após o pedido de desculpas. Além de, claro, dizer que ele não precisava mais se preocupar, pois não seria mais tão rude. E nem babaca.
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Os Garotos de Liverpool {kookmin}
Fiksi PenggemarPark McCartney e Jeon Lennon não tinham muito em comum para dizer que o encontro deles era esperado. Não concordavam em muitas coisas para afirmarem que, em um dia distante, se dariam estupidamente bem. Principalmente, nenhum deles poderia negar a e...