6. 1957, final de outubro

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1957, final de outubro

De repente, a relação de Jeongguk e Jimin estava simples demais.

Jimin não sabia como se sentir apesar de tudo. Estava acostumado a ter amizades simples, relações simples... se dava bem com as pessoas, e era simples assim. Mas para chegar à aquela simplicidade toda, com Jeongguk, havia demorado demais. E havia sido difícil. E agora, ela era muito preciosa para si...

Quando a banda se reunia, Jeongguk sempre se sentava em um canto consigo antes do ensaio. Às vezes, quando ia embora, ele queria levá-lo até o ponto. E estava dormindo na casa de Jeon com mais frequência. Uma vez adormeceu sem querer na cama de Lennon e o mesmo sequer lhe acordou para que ele fosse para o colchão. Simplesmente deixou-o ali.

Ele estava se sentindo verdadeiramente querido e, ver Jeongguk sendo tão amigável e gentil, o deixava cada vez mais feliz. Confuso, talvez... ele sempre gostou de Jeon. E de repente... ele estava ficando melhor, e mostrando que gostava de si também. Não podia evitar e gostava do mesmo mais e mais...

Podia ser muito estranho, mas Jimin não se reprimia também. Sempre corria para ficar ao lado de Jeon quando ele estava caminhando mais a frente, sempre mostrando como se sentia realmente feliz por estar com ele. O fato de ser recíproco o deixava entorpecido, realmente alegre.

Lembrava-se de achar que Jeongguk ia acordar no dia seguinte, após a conversa tão íntima e alterada, e agir como se nada tivesse acontecido. Mas não. Ele realmente o surpreendeu por esse lado.

Naquele momento, Jimin estava sozinho no telheiro. Esperava os meninos chegarem para o ensaio. Quando Jeongguk enfim apareceu, sozinho, Park acabou por dar um suspiro aliviado.

— Já está aqui? — ele perguntou, tirando as coisas das costas.

— Sim... cheguei cedo — disse ele, olhando o relógio no pulso. Jeongguk havia chegado na hora. — Pelo jeito, todos chegarão atrasados...

Jeon riu, levemente ofendido.

— Como sempre. — Jimin riu também.

Park observou silenciosamente Jeongguk tirar o sobretudo e pôr o instrumento guardado sobre a mesa. Ele largou a mochila no chão e acendeu um cigarro, subindo no banco e sentando-se na mesa, ficando duplamente mais alto que Jimin.

Começou a fumar em silêncio. Mas logo olhou diretamente para si e sorriu.

— E aí? — Sorriu levemente. — Tudo bem?

— Tudo. E com você? — Jimin também estava sorrindo.

— Sim. — Bufou a fumaça. — Minha tia está insuportável, mas está tudo bem.

Park afirmou com a cabeça, retornando o olhar para o caderno. Estava escrevendo uma nova canção, e não se importou quando Jeon se aproximou e começou a ler a letra consigo. Podia sentir o cheiro dele perfeitamente.

Mas com aquele silêncio, Jimin acabou pensando na palavra insuportável. E na tia de Jeongguk.

Hum...

— Jeongguk? — ele chamou, baixo. — Qual é o problema da sua tia?

Ele perguntou aquilo como se não fosse nada. Na verdade, não queria fazer grande caso. A maioria dos rapazes eram criados da mesma maneira que Jeon Lennon: por responsáveis frios, silenciosos e rígidos. Jimin não gostava disso, mas não julgava e nem questionava. Afinal, não era da sua conta.

Mas, de repente, queria saber... pelo menos um pouquinho mais... sobre Jeon Jeongguk.

O mais alto não disse nada por um tempo. Continuou fumando em silêncio, e quando Jimin levantou a cabeça para olhar para si, acabou por se assustar com o quão próximo ambos estavam um do outro.

Os Garotos de Liverpool {kookmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora