47- Eu te sinto. Você me sente?

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Lolla

As minhas cólicas estão horríveis, como se lutadores de sumô estivessem se enfrentando sem pausas.

Que inferno, isso me deixa irritada.

Depois do café, decidimos dar uma volta pelas lojas do shopping e ver se eu encontrava alguma roupa para o ano novo.

- Qual dos dois é mais bonito? – Estico dois vestidos brancos, um longo e um curto. – Estou indecisa.

- Prova os dois, daí podemos ver qual combina mais com você. – Ele diz e coloco o curto.

- E então? – Dou uma voltinha. – Gostou?

- Acho que sim, mas quero ver o outro também. – Pisca. – Tem pouco pano.

- Ah, para. Até parece que no meio da coxa é curto. – Reviro os olhos. – Já volto.

Coloco o longo e por incrível que pareça, gostei mais desse.

- Espero que goste desse, porque não vou tirar. – Dou um sorriso e ganho seu olhar.

- Não vai mesmo. Foi feito especialmente para você. – Ele segura minha cintura. – Deixa que  te ajudo a tirar. – Sussurra essa parte, me fazendo arrepiar.

- Sem fogo a essa hora da manhã. – Falo olhando o vestido no espelho. – Já escolhi, é esse que vou usar.

- Pode ir se trocar enquanto eu pago. – Ele diz e nego. – É seu presente de ano novo, o primeiro de muitos.

Visto a roupa e saímos da loja. Josh entrelaça nossas mãos e dá um beijo leve na mesma.

- O que acha de almoçarmos por aqui e depois tomar um chocolate quente? – Propõe. – Com muito marshmellow enrolados no cobertor de frente para a lareira. – Ele sorri e concordo o abraçando.

O restaurante era bem simples, então fizemos os pratos e sentamos na área externa, onde alguns guarda- sóis estavam abertos. Fazia um dia bonito, apesar de ventar bastante durante a manhã.

- Andei pensando em algumas coisas, não sei se eu gostaria de casar na igreja. Um dos meus maiores sonhos sempre foi fazer uma cerimônia pequena na praia, convidando amigos e familiares mais próximos, então queria saber se apoia. – Falo dando uma garfada em seguida.

- Eu apoio totalmente, amor. Não acho que somos o casal típico que se casa na igreja com todas aquelas coisas formais. Sem contar que a nossa relação com a praia é inegável, sempre achamos um jeito de ir, inclusive no frio. Eu até prefiro que seja desse jeito, assim fica mais nós dois e menos o que todos os outros casais fazem. –  Diz e segura minha  mão. – Tudo o que você decidir, apoiarei em dobro.

- Perfeito, agora só precisamos escolher a praia para começarmos a ver o restante dos preparativos. – Meus olhos brilham. – Nem acredito que isso é real.

- Eu tentei não ser tão clichê te pedindo em casamento na virada. – Coça a parte de trás da nuca. – Não quero que pense que está sendo precipitado, eu te amo e tenho total certeza de que você é a mulher que eu sempre sonhei para mim, quer dizer, bem mais do que eu mereço.

-Você não foi clichê. Achei tudo fofo e pensado milimetricamente, no fim, somos um pouco casal de livro romântico.

- Achei que não gostasse disso. Eu penso primeiro no melhor para você e depois, para mim. – Ele me olha de um jeito terno. – Sei que somos muito novos para casar, mas quando o assunto é você, eu não sei me controlar.

- Eu gosto disso e muito. Não se preocupe com nada, estaremos juntos para o que der e vier a partir de agora. – Seu olhar é de amor. – Eu transbordo quando estou contigo.

Sua boca se abre várias vezes, mas nada sai dela. Até que ele parece finalmente conseguir formular uma frase para responder.

- Há muito tempo atrás, sonhava com a garota perfeita, a que se encaixasse completamente ao meu corpo, a que eu olhasse e sentisse orgulho em chamar de minha. Até que você apareceu, iluminou meus dias e passou a se tornar a melhor parte deles. E então, depois de apenas uma semana, eu mal via a hora de poder te ter nos braços e ouvir sua voz. Mesmo que fossemos só amigos, sua presença já fazia parte da minha rotina, tornando-a cada vez mais prazerosa. – Ele faz uma breve pausa. – Dizer que te amo não representa um por cento do amor que tenho por você, não chega nem aos pés. Lolla, você sempre foi e sempre será a mulher da minha vida. – Ele termina e toca meu rosto.

Okay, eu não sei responder depois dessa. A minha reação é apenas chorar de felicidade, porque eu nunca imaginei algum dia ouvir tais palavras de alguém.

- Absolutamente nada que eu disser agora será melhor do que suas palavras. Eu só sei que você é meu abrigo, para todas as situações, quero que saiba que não sei mais viver sem você e me odeio por isso, quer dizer, não posso te amar mais do que a mim mesma, na teoria, eu tenho que me amar antes para poder te amar. – Me embolo. – Você é a razão da minha felicidade, desde que coloquei meus olhos nos seus.

- Eu te amo, gatinha. – Ele me abraça. – Mais do que a mim mesmo também, fique tranquila.

- Eu te amo, amor. – Correspondo seu abraço. – Sempre estou quando está por perto.

Somos aplaudidos pelo restaurante todo e fico vermelha, escondo minha cabeça no peito dele, que sorri em resposta, deixando um beijo demorado em meus cabelos.

                                    *A* 

- Não saia daí, vou preparar nossos chocolates. – Ele fala indo para a cozinha. – Escolhe um filme para vermos. – Para no batente da porta. – Quantos marshmellows?

- Já escolhi. – Sorrio. – Uns quatro, vem logo, esse sofá fica grande sem você.

- Aqui. – Estica as canecas fumegantes colocando-as na mesa de centro. – Adoro esse filme. – Ele se aninha a mim, jogando o cobertor por cima de nossos corpos.

- Pensei que fosse adorar. – Beijo sua bochecha. – Podemos ligar a lareira?

- Esqueci princesa, desculpa. – Levanta ligando-a – Deve esquentar em alguns minutos.

Como dito, o ar vai ficando mais quente e o cobertor deixa tudo ainda melhor. Suas mãos estão na minha barriga enquanto seu tronco toca minhas costas, estou no meio das pernas dele. Sinto pequenos beijos em meu pescoço e meus pelos se eriçam ao toque.

- Você está tão linda hoje, sabia? Não vou me cansar nunca de te elogiar. – Suas mãos descem para minhas pernas. – Estou louco para te ver de branco.

- E eu, louca para que eu seja mais que oficialmente sua. – Viro de frente para ele. – Mal posso esperar. – Sussurro sentindo suas mãos subindo lentamente por minhas costas.

- Até hoje eu não sei o que você fez comigo, garota. Você me desarma completamente com esse seu jeito.

- Posso dizer que sinto o mesmo e não tenho o menor interesse em descobrir. Essa é a graça, não temos que saber mas sim sentir.

- Eu te sinto. Você me sente? – Pergunta com a voz rouca.

- Mais do que nunca senti alguém.

Into YouOnde histórias criam vida. Descubra agora