18- Orlando, restaurante e disparo

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Josh

No avião

Já estávamos acomodados e eu e minha loirinha dividíamos o fone, ao som de "A Thousand Years" uma das 100 músicas da playlist que fiz pra ela. Tinha uma porção de fofuras:  Cristina Perry,Ed Sheeran, Tiago Iorc, Luan Santana, Shawn Mendes, Camila Cabello, Charlie Puth e muitos outros. O ar condicionado estava ligado e as luzes apagadas. Fazia mais ou menos umas duas horas que estávamos aqui, abraçados e com as mãos entrelaçadas. Aquela imensidão azul estava me olhando e sorrindo ao mesmo tempo e só depois dela me chamar, percebi que estava dizendo algo.

-No que está pensando?- perguntou-me e pude ver suas tímidas covinhas.

-No quanto essa viagem será maravilhosa, por você estar nela.

-Awn, que fofo!- parou de me encarar e corou.

-Olha para mim,- praticamente sussurrei- me deixa cuidar de ti?

-Tem algum momento que não estou sob seus cuidados?

-De acordo com meus cálculos, não. –sorri. –Por que está tão calada?

-Nada, apenas pensando no que faremos ao chegar.

Isso está começando a me incomodar e não sei o motivo.

-Lolla, é sério. O que está havendo?

-Meus pais não me ligam faz dias, isso me preocupa.

Sabia que tinha algo errado.

-Calma, eu estou aqui com você. Devem estar ocupados com alguma coisa- ela desviou novamente o olhar.

-Para com essa mania de querer se afastar toda vez que quero te ajudar.

-Desculpa, não vou fazer mais isso- o queixo dela tremeu, ela não pode chorar!

Abracei-a logo que percebi que não poderia impedir.

-Vai ficar tudo bem, eu prometo. Daqui a pouco eles ligam. -por alguns segundos ela se esquivou, mas depois cedeu ao abraço.

-Obrigada, moreno.

-Não chora princesa. Cadê o meu sorriso lindo?

Ela abriu um sorriso tímido, mas ainda era um sorriso. Logo depois, encostou a cabeça em meu ombro e acariciei seus fios loiros. Fomos o restante do caminho assim, e passado algum tempo, percebi que ela se aconchegou em meu peito e dormia feito um anjo.

Peguei-me admirando-a. Tão linda e única. Eu preciso tanto dela. Depositei um beijo suave em sua testa e me aconcheguei mais a ela, apagando também.

Não sei quanto tempo se passou, apenas senti Lolla se mexendo e acordei.

-Oi!-disse sorrindo para mim.

-Oi! Melhor?

-Muito! Graças a você.

-Olha! –apontei para a janela- Chegamos!

Pousamos e fomos pegar nossas coisas para encontrar com o pessoal e ir pro hotel.  Os quartos eram quádruplos, fiquei com os meninos do time de futebol americano e ela com as amigas da sala dela.

Chegamos e estávamos num hotel em estilo medieval, chalés duplos enfileirados um ao lado do outro, tinha bastante área verde. A ala masculina era meio longe da feminina, mas não éramos proibidos de ir a lugar nenhum.

A primeira parada, depois de deixarmos tudo arrumado era o restaurante Planet Hollywood, todo temático com roupas de filmes e músicas, realmente muito amplo, com um telão enorme e uma música tocava alta no ambiente. Procurava a loirinha com o olhar e quando a encontrei ela acenou chamando-me pra perto, segurou minha mão e saímos correndo deixando o grupo para trás.

-Me deixa respirar! – ela riu recuperando o fôlego também.

-Meus pais ligaram! Estavam em uma área sem sinal.

-Te disse que estavam seguros. Sempre tenho razão.

-Essa frase é minha!

-Como seu melhor amigo, tenho permissão para roubá-la.

Melhor amigo. Melhor amigo. Odeio esse status! E acredito não ser o único, ela olhou para o chão e logo disse:

-Vamos voltar para perto do pessoal? Já devem ter escolhido a mesa.

-Só se me der sua mão. –ela estendeu-me e eu a peguei, puxando-a para mais perto de mim e abraçando-a.

Sentamos lado a lado e falávamos assuntos aleatórios com o pessoal.

Ah, quase esqueci. Aysha, Ayla, Scott, Dylan, Jacob e Zack também vieram. Agora, todos estudamos na mesma faculdade. 

-Josh? – Aysha, que estava em minha frente, me chamou.

-Oi?

-Ele está tão quieto, não é Lolla?

-Sim, está- ela respondeu sem me olhar.

-Aconteceu alguma coisa entre vocês?-Scott perguntou preocupado e olhando pra nós dois.

-Só comigo. Josh, podemos conversar?

-C-Claro... Sobre o que?

-Vem- ela saiu andando e eu fui atrás.

Estávamos fora do restaurante e ela parecia distante, mesmo estando perto o suficiente para eu abraçá-la se quisesse.

-Cameron está no hospital, -disparou e continuou depois de uma rápida pausa- ele foi atropelado por bandidos em fuga- seus olhos encheram-se de lágrimas e os meus também- está em coma faz dois dias.

-Prestaram socorro depressa?

-Não sei, mas me falaram que ele bateu muito forte com a cabeça. Ele é meu único irmão, Josh!

Ela estava tremendo, então a puxei para um abraço reconfortante e falei olhando em seus olhos:

-Ele vai se recuperar logo, confia em mim. Logo vai te ligar e você vai ouvir a voz dele pra te acalmar. Não fica nervosa, eu estou aqui e não vou sair, nunca.

Fiquei com medo se o irmão dela não acordasse, mas ela precisava ser forte e não se desesperar. Conheço Cameron, não é a toa que são gêmeos. Ambos são muito fortes.

-Obrigada, mesmo. – ela chorava em meus braços e aquilo cortava meu coração.

-Estou contigo, minha linda.

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