Infelizmente naquela noite não foi possível descer aos túneis.
Os professores decidiram ficar acordados até tarde. Segundo eles, a beber café!
Esses dias foram difíceis para todos. Ignoramos totalmente a Vera e as suas teorias.
Uma semana depois foi finalmente possível concretizar as nossas vontades.
Entrar naqueles túneis obscuros sem dúvida aumentava a ânsia de descobrir mais sobre mim.
Andamos cerca de dez minutos acompanhados por uma simples lanterna até que vimos algo inesperado e tivemos de parar.
Alguém estava a agarrar a Vera cerca de uns dez metros de nós.
Desligamos a luz e escondemos nos.
Ela buscava libertar se, gritar, mas a outra pessoa tapava lhe a boca e prendia lhe os braços.
Estávamos assustados. O que teria ela feito?
_ Eu não lhe contei nada! Eu juro! Eu não lhe contei!- gritava ela.
_ Pensas que não soube que lhe falaste do caixão de vidro? Achas que somos parvos? - gritou o homem
_ Já disse que não lhe falei disso!
_ Cala te!- gritava o homem- só tinhas de cumprir com as tuas obrigações!
Essa voz era me familiar mas á distância e com o eco eu não conseguia identificá la.
Mesmo assim esforçava me para entender.
_ Eric largue me! Por favor! - pedia ela.
Eric!? Era mesmo isso! O meu pai!
_ É o meu pai!- disse em voz baixa.
Estava prestes a correr em direção a eles,irritada, para pedir justificações mas o Marcos impediu me.
Encostou me a parede e murmurou no meu ouvido:
_ Não faças isso! Vais estragar tudo Leire! Queres descobrir a verdade? Então vamos descobrir! Mas se esse homem ameaça desta forma e te mentiu toda a vida pode ser perigoso.Eu não vou deixar que nada de mal te aconteça!
Tentei soltar me. Foi então que perdi as forças, a angústia percorreu as minhas veias e ocupou o meu coração. Ainda tentei impedir, mas as lágrimas transbordaram nos meus olhos e só consegui abraçar o Marcos.
Tentando conter a dor que acelerava a minha respiração, apertei o bem forte e isso permitiu acalmar me.
_ Vê se fazes o que te pedimos! Mais um erro destes e é a tua vida em jogo! A Leire não pode saber disto! Que fique bem claro! - gritou mais uma vez o meu "pai"atirando a para o chão.
Ela alí ficou caída, a chorar.
Então esse caixão existiu realmente e estava ligado a mim! Só não conseguia perceber como.
Afinal, a Vera não me tinha mentido e contando me isso arriscou a própria vida!
Mais uma vez a minha cabeça estava cheia de "porquê?".