SIXTEEN - and I'll love the world, like I should

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Nós podemos conversar?

Ele diz isso tão casualmente, de maneira tão simples e despretensiosa. Nós podemos conversar? Como se estivessem em uma festa e precisasse dizer algo com mais privacidade. Como se nada tivesse acontecido.

Mas seus olhos azuis estão nebulosos. Eles sabem tudo o que aconteceu.

Louis engole em seco. Não há como escapar, a sra. Styles, parada ao lado de Niall na entrada, provavelmente está esperando que ele negue para poder provar seu ponto a respeito se sua educação e caráter. E há os pais de Niall atrás dele com as expressões mais fechadas e insatisfeitas já vistas.

A mão de Harry aperta o bíceps de Louis. Ele olha para seu namorado e vê a apreensão que há ali.

Parece uma clássica cena onde o casal de mocinhos é separado e a merda acontece. Mas não há mocinhos ali, apenas Louis e Harry e mais algumas pessoas que são apenas isto — pessoas. A vida não é um filme e nada de ruim irá acontecer; simples.

E Louis gostaria muito de ser misericordioso e perdoar. Mas ele só consegue se ressentir — mesmo com sua culpa, porque, bem, por qual motivo eles estão ali?

Niall não espera por uma resposta, ele passa entre seus pais e se afasta. Louis olha novamente para Harry e sorri, tentando confortá-lo e tentando dizer "vá se esconder, essa é a parte do filme em que as coisas ficam ruins, então se esconda e eu irei encontrá-lo".

Como se algo pudesse separá-los àquela altura do campeonato.

🥀

Venta muito lá fora e o cabelo castanho de Niall se agita em todas as direções.

Louis quer comentar sobre o descolorido que um dia houve ali, o que foi, provavelmente, o maior ato de rebeldia de Niall, mas no final os Horan gostaram. Talvez isso signifique que o castanho é a manifestação de rebeldia do momento.

— Acho que não temos nada para conversar, na verdade — começa Niall —, sinto muito aparecer assim. Não quero tirar Harry de você. — Louis ri.

— Como se houvesse alguma chance de isso acontecer — deixa escapar. Ele não quer brigar, mas é inevitável não rebater a ilusão dele.

É difícil para Louis se lembrar que Niall tem apenas vinte e um anos, ele parece muito mais velho — mesmo tendo a mesma idade de Louis. E não é como se ele tivesse envelhecido, parece apenas mais... sábio.

— Sempre foi você, não é mesmo? Enquanto você estivesse por perto, Harry nunca seria meu.

— Talvez — responde Louis tentando desconversar. — Não que isso importe, você nunca gostou dele assim.

Niall desvia o olhar, puxa um maço de cigarros e acende.

Neste momento, ali no vento gelado, com a casa feia e extravagante dos Styles atrás de si, Louis percebe. Ele observa a fumaça deixar Niall e sente seu próprio coração se comprimindo em solidariedade.

— Você ama Harry. — É um fato e seu tom expressa isso a Niall — o que explica muitas coisas, principalmente a surra que você me deu. — Niall não responde. — Ele alguma vez desconfiou?

— E no que isso importa? — Pergunta olhando com fúria e bem dentro dos olhos de Louis.

— Responda a pergunta, Neil — pede.

— Não. Sempre fomos amigos e eu estreguei tudo. Mas não importa, porque você é o mundo dele...

— Pare, Niall...

— Mas é verdade! Eu poderia ter sido o melhor namorado, melhor amigo que ele já teve, o melhor qualquer coisa, mas a alma gêmea dele? Nunca.

— Almas gêmeas não existem — diz Louis calmamente.

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