Ellipsism

THIRTEEN - I know it's me that's supposed to love you

Qualquer coisa, querido, não há nada que eu não possa resolver. Agora me diga, o que aconteceu?

De alguma maneira, sua mãe ser tão prestativa é ainda pior, porque Louis realmente está considerando acreditar na teoria de que ela não é corrupta igual seu pai.

— Você pode vir até Londres? Preciso falar pessoalmente.

— Está tudo bem? Louis, o quão grave é a situação? Você nunca me atende e agora...

— Estou dormindo no meu carro com meu namorado, estamos sem casa e sem dinheiro e tudo é apenas... complicado.

A linha fica muda por vários segundos, Louis nem escuta a respiração de sua mãe do outro lado, na verdade, a única coisa que ele escuta é Harry roncar baixinho ao seu lado.

Quando ele considera desligar, sua mãe volta a falar.

— Reservei um hotel para vocês, vou mandar o endereço por mensagem — diz ela —, amanhã cedinho estarei aí para conversarmos.

— Obrigado, mãe.

— Boa noite, querido — diz antes de desligar.

A ligação termina tão rápido que Louis fica se perguntando se aquilo realmente aconteceu.

Louis abaixa o telefone e encara Harry dormindo profundamente. Ele o chacoalha de leve.

— Hey, babe, acorde — diz suavemente, parando de balança-lo para passar a mão por seus cabelos.

Harry acorda atordoado e pisca com força. — Aconteceu alguma coisa? — Pergunta preocupado.

— Liguei para minha mãe, ela vai conseguir um lugar para passarmos a noite.

— Bom, bom — murmura voltando a fechar os olhos.

Louis aperta-o em seus braços por longos minutos antes de soltá-lo.

Ele deixa Harry dormindo no banco de trás enquanto pula para o do motorista e liga o carro. Louis checa seu celular e vê o endereço que sua mãe mandou.

É um pouco longe, mas como não há trânsito, eles chegarão lá em vinte minutos no máximo.

Enquanto dirige pelas ruas parcialmente vazias de Londres, Louis não consegue deixar de pensar que parte daquilo é culpa sua.

Olhando pelo espelho do carro, ele observa Harry dormindo.

Talvez seja realmente culpa sua, mas ele salvou Harry, isso que importa.

E de certa forma, Harry salvou ele também.

🌻

Há uma vaga bem na porta do hotel e Louis considera aquilo como a sorte sorrindo gentilmente para ele. É melhor do que encarar os fatos de que na verdade está vazia porque é de madrugada.

O hotel tem um aspecto bem apessoado, com fachada bonita e moderna e um jardim em baixo das janelas que ficam ao lado da entrada.

Um manobrista vai até eles, mas Louis ergue a mão pedindo um momento. Harry ainda está dormindo no banco de trás.

Quando se vira para acordá-lo, encontra olhos verdes-florestas sonolentos olhando para ele.

— Chegamos — murmura Louis sorrindo fraco.

Harry desvia o olhar e avalia a fachada do hotel.

— Hotel Montevidéu — lê Harry. — Agradável, agradeça a sua mãe por mim.

Louis assente e desvia o olhar, encarando o volante de carro. Se antes ele estava se questionando sobre sua decisão de telefonar para sua mãe, agora não está mais.