A maioria das pessoas não quer acordar no primeiro dia do ano, preferem dormir até mais tarde, pois muitos não aguentam nem ficar em pé após as festividades do dia anterior. Mas esse não era o caso de Lara, tudo que ela mais queria naquela manhã, era acordar.
Era tudo tão estranho, seu corpo estava quente. Já cama tão fria; definitivamente aquela não era a sua. Estava confusa, se sentia um pouco tonta. Não sabia direito onde estava ou ao menos oque tinha acontecido. Aos poucos fora abrindo os olhos, viu um clarão. Vinha da televisão de tubo que estava ligada em cima de uma cômoda, irritantemente, próxima a ela. Ficou impressionada por ainda existir televisões daquele tipo, ou por ao menos alguém ainda assistir TV. Ainda com os olhos entreabertos, passou a observar o local. - Queria entender melhor a situação - Era um quarto de hospital, tinha a decoração toda em um tom de verde pálido. Logo sentiu um cheiro de maçã, - Que ela não gostava nem um pouco – a fruta parecia mofar atrás da cômoda a dias. Mas assim que fora afasta-la, reparou que seu braço direito estava inteiro Imobilizado no gesso, suspenso a cama hospitalar e seu ombro dolorido.
Reparou, também, Marco que do outro lado do quarto dormia em uma poltrona, debruçado sobre seu leito em quanto segurava a sua mão e viu, logo após, a sua bela mala rosa ao lado, próxima a porta. Do lado de fora, viu seus avós conversando com o médico, mas chega mais alguém e se junta à conversa, ela não conseguia ver direito quem era. Seus avós pareciam ter muita afetividade com a pessoa, ela tenta perguntar.
- Que... Quem é? Quem é? – Mas a Tentativa foi falha, ao perceber a máscara de oxigênio em sua boca.
Ele parecia arrastar uma mala cinza. De repente o telefone do sujeito toca, e quando ele vai se retirar do local ela tenta ver melhor. Mas assim que seu primo levanta a cabeça da cama e percebe seus movimentos fala.
- Ela acordou, oh Meu Deus ela acordou! Lara me perdoa, - De repente ele começa a chorar e gritar – ME PERDOA LARA, ELA ACORDOU! DESCULPA, POR FAVOR LARA!
Assim que percebem oque ali dentro ocorria, os seguranças e enfermeiros logo entram para expulsa-lo do quarto. Ele resiste e ele é retirado à força do hospital enquanto berrava.
Lara, muito assustada, tenta arrancar a mascara e assim que um enfermeiro repara que ela já pudera respirar sozinha, desliga o aparelho e retira a mascara para ela. Ela, enfim conseguia falar.
- O TOM DE VERDE DESSE QUARTO É HORRÍVEL! – Desabafou. – E quem é ele?
- Você não sabe? – Perguntou seu avô William, em quanto entrava no quarto – não se lembra de nada que aconteceu ontem?
- Ah DEUS! Eu vou embora. - Ela fala.
Ainda muito agitada, retirou seu pé do suporte, mas assim que levanta as pressas, acaba tropeçando em sua mala que se abre deixando cair aberto o caderno de guitarra azul, que ela havia encontrado no dia anterior.
- Droga! – Resmunga, levantando a mala.
Mas assim que pega o caderno, repara que ele não tem nome. Ela o folheia e acaba encontrando apenas as iniciais "N.W.".
- N.W.? Oque é isso... OH MEU DEUS! – Diz, e sai correndo o mais rápido que pôde carregando o seu carrinho de soro.
- Ei! Você não pode sair – um enfermeiro fala – ainda está em recuperação!
Mas ela nem dera ouvidos, ninguém conseguia para-la. Ela não havia, ao menos, percebido que não usava roupas, apenas a bata de enfermo com a logo do Hospital Memorial Vera Cruz atrás.
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Flores de Dezembro
RomanceEssa história é a de uma adolescente delicada como uma flor, mas tímida como pássaros no inverno, Lara Torres. Lara se mudou no primeiro dia de férias de verão para o interior, ela foi morar com os avós por parte de pai, numa velha chácara onde tinh...