Captíulo 3: As hienas felizes são o pior caminho

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Aí senhor me ajude !

Ela tá vindo lentamente até mim, e cada passo dado com seu olhar que me fuzila nota-se o ódio que a mesma carrega junto dela.

Começo a entrar em pânico por dentro, estou me esforçando ao máximo para não demonstrar isso, mas está mesmo difícil.

Eu não sei quem é essa garota mas ela me dá arrepios, tenho certeza que se ela pudesse matar só com o olhar eu provavelmente nem estaria mais aqui.

Eu não sei ao certo como me sentir com tudo isso, minha cabeça está a mil em confusões da minha mente agora, eu não quero nada disso.

Mas quando ela finalmente para a minha frente e seus lábios vermelhos se curvam num sorriso posso notar o prazer que ela tem por toda essa situação.

— Só me diz quem você pensa que é para falar comigo assim ? — seu tom é controlado mas  não deixa de ser carregado no seu tom alto — Ninguém fala comigo assim eu exijo respeito!

Ah me poupe ela maltrata os outros e agora quer respeito ?

— Você é tão maldosa que não merece nenhum respeito — devolvo quase no mesmo tom.

Eu não suporto gente com esse tipo de comportamento. Ela estava humilhando a outra garota a pouco tempo de uma forma tão cruel, que infelizmente eu conheço bem melhor do que gostaria.

— Você vai se arrepender de ter feito o que fez ! — Ela aponta enquanto me analisa com cuidado, sua expressão vai de raiva a uma cara de nojo ao seus olhos vasculharem minhas roupas.

Rápido pego no óculos no chão e entrego para a garota que continuava a gatinhar procurando na grama sem sucesso e a ajudo a levantar.

Já chega desse tipo de humilhação para ela, chega dessa ruiva fazer mal para ela também, se antes eu não estava gostando dessa situação agora ódio mais que antes.

— Vai ficar tudo bem — Falo baixo para a mesma, que me olha com dificuldades sem seus óculos e abre um sorriso sem dentes.

Limpo um pouco de grama que tem na sua roupa também enquanto ela põe o óculos.

— E quanto a você não chega perto dela.

Ponho ela atrás de mim em forma de proteção enquanto sustento o olhar mortal de Poppy novamente.

— Eu não sei quem você é mas agora você vai me conhecer e aprender a me respeitar — Ela puxa para cima as mangas camisola rosa e fecha os punhos vindo ainda mais para perto de mim.

Então é assim que ela quer lidar com a situação ? Partindo para a agressão ? Então que seja assim mesmo...

Mas espera pensando bem aí não eu não quero esse tipo de discussão. Eu odeio violência para começar e eu não sei lutar!

Na verdade nem sei, se eu sei, nunca bati em alguém e não quero fazer isso agora. Por favor não agora ! Porque o mais previsível final até agora dessa situação toda é Poppy quebrando minha cara.

Tal como esperava ela ergue seu punho com força e me olha atentamente provavelmente programando que lugar da minha cara ela vai quebrar primeiro.

Fecho os olhos com força talvez se eu não ver a dor seja menor, isso costuma funcionar, certo ?

Seja como for aceitarei meu destino e se o preço a que a pagar por ajudar aquela garota que estava sendo humilhada é eu acabar com a cara quebrada, que assim seja meu destino a ajudaria de novo se fosse preciso.

— Que merda está acontecendo aqui ?— Abro os olhos ao ouvir uma voz num tom mais grave se aproximar.

Um garoto surge misteriosamente de sei lá onde. E para Poppy travando seu braço.

Ele olha para mim e o que mais me chama a atenção é a forma  fria como pode ser seu olhar capaz de intimidar qualquer um. Ele por fim se volta para Poppy que parece se acalmar um pouco ao olhar para ele.

Ao menos alguém é capaz de fazer ela ganhar um pouco de bom senso.

Mais garotos que parecem ser do "grupo" dele aparecem ali e a plateia em volta que assistia tudo vai se afastando aos poucos parecendo com medo de algo ou nesse caso de alguém, deles.

— É só o primeiro dia e já quer entrar em porradaria — ele a olha severo e por fim solta sua mão — Um dia tu vai acabar apanhando.

— Essa sua namorada é bem danadinha — um deles ri animado com a cena e senta na mesa ao lado o olhar dele expressa pura diversão com isso tudo enquanto brinca com suas pernas que não tocam o chão as balançando contra o vento.

— Eu dessa vez não fiz nada essa estúpida que me chamou de cadela — aponta para mim — Você acha que eu vou deixar passar em branco ?

— Eu não aceitava — o outro ri, que raiva bando de geradores de confusão.

O garoto que travou a Poppy vem até mim lentamente com sua expressão intimidadora, nesse momento eu nem sei descrever o que sinto, mas gostaria de puder abrir um buraco bem por baixo de mim e enterrar a mim mesma.

Assim que ele para suficientemente perto o analiso com cuidado seu semblante é de típico garoto problema.

Encaro seus olhos de cor clara semelhante a chocolate derretido, que parecem querer me devorar só com o olhar ou me matar o que é mais provável...

Mas já chega disso !

Ele pode tentar mas não pode me intimidar. Não sei nem de onde vem essa confiança toda que normalmente nem metade eu tenho, mas não vou o deixar que ele nem aquela ruiva se dem bem com toda essa situação.

— As regras são simples — esconde suas mãos nos bolsos da jaqueta de couro preta — Nós mandamos aqui.

Aponta com a cabeça para Poppy e seus amigos que mantinham um sorriso de ponta a ponta animados como se o espetáculo que eles assistiam acabasse de ficar ainda melhor.

— E você não é ninguém aqui, por isso fica no teu canto, ok ? Que será melhor para você assim.

Garoto mais estupido ! Quem ele pensa que é!? Ele vai defender esse tipo de atitude da parte da Ruiva ?

— Prefiro não ser ninguém do que uma escrota como você — Disparo na pura frustração.

Os amigos ficam surpresos por um segundo mas logo a seguir caem na gargalhada e riem de meu comentário como outro bando de hienas felizes igual as amigas de Poppy. Como sempre tudo farinha do mesmo saco!

Mas eles logo se calam quando ele lança mais um de seu olhares, gelados carregado de raiva na direção deles.

— Como é que é ? — Ele dá um passo na minha direção me forçando a olhar para cima para encara-lo devido a nossa diferença de altura.

— Você ouviu bem. Você é idiota e não surdo, por isso me deixa em paz!

Pego na garota que ajudei e saio dali o mais rápido possível não quero mais encara-lo, não quero mais olhar para as hienas...er quer dizer não quero mais olhar para a cara de nenhum daqueles universitários idiotas que se divertem a base do sofrimento dos outros,  já chega disso tudo.

Todo esse cenário me lembra coisas que eu preferia esquecer.

Para mim isso é totalmente desnecessário e não aguento esse tipo de coisa são demasiadas emoções para um só dia.

Já longe o suficiente paro e suspiro ofegante, maldita asma que me assombra devia ter andado mais devagar encontro o moreno de agora a pouco e dessa vez ele está de queixo caído.

— Não me olha assim! — Ponho as mãos nos joelhos e olho para ele ofegante enquanto o nervosismo me percorre.

— Você lembra que eu disse que Tudo depende do caminho que você vai escolher ?

Faço que sim com a cabeça ainda surpresa e tentando assimilar tudo o que acaba de acontecer.

— Bom... — Ele passa a mão nos cabelos escuros e me olha como se estivesse medindo ou procurando ainda as palavras certas — Você acaba de escolher o pior.

Perfect collision [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora