Capítulo 16 : Sendo pessoas que não se odeiam

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Pronto, o estrago não foi muito grande só não te metas em confusão novamente.

Olho para sua mão que repousa sobre meu joelho enquanto enrosco a mesma em uma ligadura já quase terminando meu curativo feito com muita cautela.

— Já falamos sobre isso Alissa — Ele resmunga irritado — Regra número dois não me contrariar eu detesto isso.

Olho para cima vendo o céu aberto sobre nós revelando as estrelas da quela noite agitada, eu estou nem aí e não dou a mínima importância se ele gosta ou não.

— Se você acha que ser uma pessoa bonita e agressiva te torna mais atraente você está errado.

Me levanto e olho para ele que continua sentado na cadeira reclinavel ao lado da que eu estava antes.

— Então isso quer dizer que você me acha bonito ? — Seu maxilar fica firme e seu sorriso assimétrico se curva num tom malignamente irónico e bonito.

— Não... — merda — espera quer dizer sim — dupla merda eu sou mesmo muito idiota — Sim e não? Sabe que mais eu tenho que ir. Essa festa já deu para mim.

Ele se vira para olhar atentamente para a mão enrolada fazendo movimentos de fechando e abrindo o punho enquanto arrumo tudo apressada sem tirar os olhos dele.

— Não te preocupes mais tarde a mão vai voltar ao normal — Aviso mesmo sabendo que provavelmente não seja a primeira vez que ele passa por isso.

O mesmo me observa pensativo por alguns minutos em silêncio. me deixando numa posição desconfortável e uma certa curiosidade para saber em que ele está pensando.

— Nunca te vi sem moletom — Aquilo não sai como uma afirmação mas sim como pergunta.

— E nunca vai ver — disparo ríspida, não é por querer ser grossa mas detesto quando mencionam esse assunto.

Pensar no motivo é simplesmente esmagador e me fere tanto agora tanto como antes.

Mas sei que essa resposta não será suficiente para ele, não é suficiente. Mesmo o conhecendo a pouco tempo, sei que vai tentar me arrancar a verdade, a verdade esmagadora que me fere só de lembra-la.

— Ora-ora-ora olha só o que temos aqui — O barulho da porta da varanda se abrindo e chama nossa atenção.

A imagem de um garoto loiro aparece a nossa frente, seu porte físico é esportivo algo que pelos vistos ele gosta de exibir. Pois pelo que vejo ele é do tipo que esquece que camisa existe e deve ser usada.

O fumo que sai de suas entradas nasais se espalha a medida que se aproxima e é difícil deixar de reparar no cigarro electrónico que ele porta em uma das mãos.

E claro a outra mão que está em volta da cintura de Poppy que carrega um sorriso comprido demais.

Ela logo desenvencilhar-se dele e parte para cima de Dylan, me olhando com diversão enquanto trilha seu caminho até ele.

— Onde você estava ? — Um beijo é distribuído nos lábios de Dylan que parece mais tenso agora enquanto ela monta lentamente em cima dele.

O tecido de seu vestido fino não esconde quase nada, e aquilo só a da mais vantagem na situação para a atenção dele estar colada no seu corpo.

Sei que não tenho motivos para tal mas essa cena toda me incomoda de um certo ponto. Me incomoda demais para ser sincera.

— Eu procurei você o tempo todo baby boo porquê você não me avisou que estava aqui ?

Ela faz uma voz fina melosa, e rebola por cima dele fazendo minha meu estômago revirar e o incomodo aumentar.

Poppy olha para mim furiosa ao ser posta de lado por Dylan, como se estivesse olhando para a resposta de sua pergunta.

Perfect collision [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora