Capítulo 14 : Isso tudo é minha culpa !

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Dylan !

Ele está em pé na entrada a minha frente, segurando numa mão o celular onde digita uma mensagem de texto apressado dando leve batidas na mesma tela

Onde seus olhos estão fixos e que ilumina boa parte de seu rosto. E a chave do carro enroscada no seu dedo na outra mão.

Fico paralisada! Simplesmente meu corpo se recusa a mexer-se.

Seu cabelo castanho desgrenhado está perfeitamente bagunçado batendo de leve na testa como se ele tivesse acabado de sair de uma Revista teen e caído bem a minha frente.

Mas é o sorriso irónico dele que chama minha atenção mais do que qualquer outra coisa.

É assimétrico, charmoso e com um calor magnético, que faz meus olhos se recusarem a deixar de olhar para o mesmo.

— Eu não esperava ver você aqui — Seu tom é sério mas com aquela pitada de ironia em suas palavras.

— Acho que é melhor você sair da minha frente! — tento ao máximo não me atrapalhar mas palavras, mas acho que é desnecessário eu dizer o quanto isso deu errado.

— O que está fazendo aqui ? — Seus olhos se estreitam e saem da tela para me analisar com cuidado enquanto ele mete as mãos no bolso de seu moletom vermelho.

— Não é da sua conta. Sai da frente!

Ele analisa meu rosto que por sinal deve estar uma desgraça e vai descendo lentamente até seus belos olhos pararem no copo vermelho.

— Onde você arranjou isso ?! — Dando um passo em frente sua voz está mais alterada e rouca que o normal. — Me dá logo isso

— E eu não tenho porquê te dar explicações — Bufo.

— Regra número dois Alissa, nunca me contrarie!

— Vai para o inferno com suas porcarias de regras! — Disparo rispidamente, odeio quando ele quer me dizer o que posso ou não fazer.

Ele é ninguém e não tem esse direito sobre mim. Se ele acha que serei sua marioneta que aceita tudo que ele bem entende está enganado.

— E mesmo se eu te dissesse você não se importa! — digo por fim reparando em seus músculos que ficam mais tensos e seu maxilar firme.

Ele está com raiva ? Não sei, mas também isso não faz muita diferença.

— É claro que me importo — Ele diz num sussurro como se não fosse para eu escutar talvez.

Mas foi o suficientemente alto para eu ouvir e para me deixar surpresa.

— Por favor eu peço só me entrega isso.

Eu podia protestar mas estou confusa demais agora, como assim ele se importa ? O que isso quer dizer então ? E porquê ele se importa? Essa os são apenas três das mil perguntas se pairam em mina cabeça.

Aproveitando minha distração ele toma rápido o copo de minhas mãos e leva até perto do rosto cheirando a bebida de pelos cantos da borda do copo

Seu nariz torce pelo odor forte do líquido e por fim uma fúria preenche seu rosto.

— Eu sabia — Ele atira o líquido para as plantas, e amaça o copo irritado me fazendo dar um passo para trás.

— Quem deu isso para você? — Ele berra alterado num tom alto demais — Quem Alissa ?!

— Isso grita só um pouco mais alto talvez na lua escutem você.

— Você está falando sério? Porra Caralho Alissa isso é sério!

— Para começar melhor baixar o tom se for falar comigo — Aponto.

— Fala de uma vez ou eu mesmo descubro por conta própria — resmunga.

— Sei lá um cara — Ele me olha desesperado pedindo mais detalhes — Eu não sei quem ele é mas tinha uma dreds compridas e...

— Filho de uma puta eu sabia! — Ele dá meia volta e entra pela casa tenso, apressado, cerrando os punhos com ódio no olhar. — Maconheiro desgraçado!

— Espera o que você vai fazer ?

Sem resposta, em choque e sem saber o que fazer. São três estados que me descrevem agora. Mas mesmo assim resolvo o seguir. Agora sim deu merda!

"O que você vai fazer ?" Essa é a pergunta que paira sobre mim agora e não me deixa sossegada.

Ele parece não se importar e sai pisando duro ignorando tudo que falo como se tivesse se esquecido da minha pequena existência ou ela não fizesse a mínima importância para ele.

Olho perplexa para a porta se fechando violentamente como se o vidro fosse se rachar a qualquer momento, atrás do garoto enraivecido que vai entrando com tudo na casa, com sua Nike branca desaparecendo do outro lado.

Eu não sei o que fazer ao certo mas aqui entre nós, acho que deixá-lo ir assim nesse estado não seria nada uma boa ideia.

Aproximadamente a uns dez passos de distância dele finalmente me decido, olho pelo vidro a multidão me espera lá dentro.

Dou de um longo suspiro antes de entrar naquele mar cheio de peixes dançantes. Quer dizer naquela pista lotada de gente.

Engraçado, que quando vi aquela notícia naquele site idiota a pouco tempo, pensei bem e decidi me manter longe dele.

Será melhor porque não quero mais me meter em nenhuma confusão. Mas olha só agora eu me vejo indo atrás dele igual uma completa idiota.

Empurro as portas duplas entrando num ambiente com o ar mais pesado e pouca luminação dessa vez minha pele ganhou um tom de roxo pela cor da luz.

Demoro um tempo para o ver no meio de tanta fumaça e má iluminação mas logo o vejo atravessando o chão de ladrilhos luminosos, ignorando e empurrando quase todo mundo por onde passa, como se estivesse em algum modo automático.

Só Deus sabe o que está se passando dentro de sua mente perversa agora.

Entro na mesma pista também mantedo meus olhos nele com dificuldade tentando não esbarrar em alguém.

Uma nova batida inicia causando mais agitação e seu passo acelera cada vez mais, se tornando cada vez mais difícil para mim de acompanhar.

Solto um grunhido quando ele adentra mais na multidão que se mexe na pista de dança e o perco de vista. Droga! Abrando meu passo ofegante me sinto cansada e não consigo mais acelerar.

— Você pode parar ao menos ? — esbravejo irritada mas é em vão parece que nem o maior grito é capaz de travar ele.

Por sorte ainda consigo ver seu cabelo desgrenhado que o destaca entre os demais na multidão e serve de referência para puder chegar finalmente até ele.

Já cambaleando pior que um macaco, solto um suspiro de alívio ao ver que ele parou por uns segundos e consigo finalmente alcança-lo, e cerra os punhos, lentamente.

— Finalmente você parou — Toco seu braço repousando minha mão sobre o tecido sedoso do moletom mas ele logo se solta de mim bruscamente acompanhando seu punho que soca um garoto a nossa frente.

Tal como eu o resto das pessoas solta um grito ao mesmo e o garoto cai bruscamente no chão de ladrilhos luminosos.

— Você está maluco ?! — Levo as mãos a cabeça e puxo meus cabelos com força vendo o mesmo cara que entregou a bebida a Casey se erguer com dificuldades e levar a mão ao nariz que pingava sangue.

Isso tudo é minha culpa.

Perfect collision [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora