we fight the red

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O aniversário é meu mas a att é pra vocês

[...]

agora que teus sentimentos floresceram, nossa primavera, enfim, completou-se, renjun.

tu, com teus sorrisos intermináveis, alegrava a quietude de nossas noites. antes, víamos estrelas, somente os pontos brilhantes no céu, adornando-nos com tua luminância, agora, tu renjun, mostrou-nos constelações. com teus dedos curiosos, apontava-nos formatos diferenciados, brincando com nossa imaginação, deixando-nos vaguear pela nova galáxia que tu mostraste a nós. e, no fim, quando teus lábios encontravam os de jeno num beijo silencioso, eu sorria, apertando tua cintura, e deliciando-me com a sensação da epiderme contra meus dedos frágeis. jeno também sorria, pois o mesmo sentia o calor de meus dedos na cintura de renjuns.

dizem que apenas nossas almas são interligadas, poderia dizei-vos que fios imaginários cercavam-nos, rodeando nossos seres, contudo, direi-vos que fios de barbante são simples em demasia para exemplificar toda a combustão que sentia ao me interligar com meus soulmates.

eu sentia suas dores, seus medos, suas diversificadas fragrâncias, eu sentia o calor de nossos lábios, sentia a êxtase que percorria nossos corpos, sentia toda aquela primavera florescer, dar-nos as mais bonitas petúnias, atribuindo-nos com teus gerânios e deixando que as mais diferenciadas colorações de rosas adornassem-nos.

contudo, lembrei-vos que rosas possuem espinhos, e tal nosso renjun.

- renjun, tu precisas resolver esse problema. tens de falar com teu pai. – eu dizia, sentando-me ao lado de meus soulmates, aproveitando-me do intervalo para ter sua presença.

- eu não sei por onde começar, jaemin. – teu olhar recaía no simples lanche comprado por ti, não parecendo ter forças para ingeri-lo naquele momento.

- não deixe que suas palavras saíam prejudicadas por ações, rejun. – jeno, mais conhecido como o amor de minha vida, aconselhou.

- eu tenho dó da menina, também. – renjun aconchegou-se ao meu lado, e eu senti o friozinho na barriga seguido do sorriso terno que percorreu jeno. – coitada da chunghee, não é culpa dela de ser minha vizinha.

- bem, mas querendo ou não, tu terás de falar com teu pai algum dia, meu bem. – dessa vez, eu dizia, minha fala sendo seguida de um suspiro derrotado de renjun. 

- eu... - renjun suspirou, fechando teus belos olhos róseos, privando-me de sua profundidade. - eu vou falar com ele hoje, mas vocês podem vir comigo? eu sinto que com vocês ao meu lado eu posso enfrentar qualquer coisa. - tu sorrias, entrelaçando a destra á minha mão e a canhota á de jeno, conectando-nos fisicamente, deixando que o calor irradiasse por onde bem entendesse.

concordamos, então, que enfrentaríamos a fera naquela tarde, as mãos de renjun suavam contra as minhas, teus olhos buscavam os de jeno desesperadamente, pude então, deduzir que a porta de madeira envernizada nunca lhe pareceu tão assustadora quanto naquele momento.

teu peito subia e descia, buscando pelo oxigênio até então perdido, tentando desfazer-se da sensação de queimação que atravessava tua garganta.

conhecia-o há tão pouco, mas conhecia-o tanto.

ao menos, conhecia-o suficientemente para dizer que renjun tinha medo. medo do que enfrentaria quando teus tão belos e róseos olhos encontrassem a fúria vermelha de seu pai.

quando a maçaneta foi girada, uma lufada de ar fora expelida de teus pulmões, levando consigo uma porcentagem de tua coragem.

nossos pés adentraram o chão bem lustrado, sendo recebidos por aquela vermelhidão intensa e a voz grossa e a combustão inevitável toda vez que tuas mãos criavam um novo gesto.

- pai. - tenhu chamou, recebendo o outro apenas um não simbólico gesto de confirmação. - eu não vou me casar com chunghee.

❛  wildfire | norenmin¡ ❜Onde histórias criam vida. Descubra agora