Capítulo Quatorze

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Limpo as lágrimas do meu rosto, suspiro fundo e peço ao delegado para vê-lo.

Uma raiva e indignação entra no meu coração, as lembranças vem de uma só vez causando um congestionamento terrível dentro de mim. Como fui burra, me expus a ele, mostrando as partes mais frágeis de mim, em prantos me agarrei a ele, achando que tinha encontrado um amigo depois de tanto tempo me afastando das pessoas, não deixando ninguém entra na minha vida. Talvez tivesse sido melhor não ter dado espaço para uma possível amizade,  talvez teria evitado essa dor no meu peito.

Como vou dizer para o pessoal que foi Enzo que destruiu tudo que passamos dias nos esforçando para organizar, dando o nosso melhor para ajudar as pessoas?

Você foi uma idiota Zoe, achou mesmo que poderia confiar novamente em alguém? As pessoas são más, elas Sempre irão te machucar.

Balanço minha cabeça para afastar esses pensamentos, não, não vou me deixar dominar por eles, preciso me acalmar. Mas o pior que sei que preciso ficar calma, mas ao mesmo tempo quero falar umas verdades na cara desse mentiroso, que enganou todo mundo.

– Chegamos querida, seu pai está a caminho. Quer que eu entre com você?. - ao delegado Henrique pergunta.

– Não, preciso fazer isso sozinha. Mas. Obrigada. - falo suspiro e giro a maçaneta da porta.

Nos entreolhamos e minha vontade é dar uns tapas nesse rosto perfeito. Como alguém tão lindo, pode ser tão mal?

A confusão que apresentava sua expressão na sala de jantar de casa, foi substituída por uma tranquila.

– Como você pôde fazer aquilo?. - tento falar com Calma, mas minha voz sai alterada.

– Zoe, não fui eu, não me olhe assim, não me olhe como se eu fosse um monstro. Eu ajudei em tudo, fiquei mal com tudo que aconteceu e jamais teria coragem de fazer uma coisa daquelas Zoe. Não depois de ficar dias sem dormir direito, planejando, ajudando, ensaiando. - responde. E quero acreditar em suas palavras por algum motivo, contudo, as imagens do vídeo, faz tudo mudar.

– Aquele vídeo, mostra você entrando e saindo de lá Enzo, e mostra o fogo no exato momento que você fecha a porta. - respondo ríspida.

– Zoe não vou tentar de convencer, pois você está com raiva, e posso chorar na sua frente e não irás acreditar. Estou calmo, pois o meu advogado, não perdi nenhuma causa e a verdade vai aparecer. - responde tranquilo e sinto minha raiva aumentando.

– Como vou dizer para todo mundo da dança que foi você que fez aquilo? Sabe como eles irão ficar? Eles ficaram decepcionados. - grito e as lágrimas saem.

– Zoe... - ele abaixa a cabeça. – Não fui Eu. Por favor, não chore....

– Cala a boca e nunca mais apareça na minha frente. - abro a porta correndo e vou direto para meu carro.

– Por que ele fez isso Deus? Eu sei que é errado, me perdoe por sentir toda essa raiva, me desculpe, não consigo parar de sentir isso. - falo ao senhor e começo a dirigir, a chuva começa a cair. Dirijo o mais rápido que posso e duas quadras antes de chegar em casa, meu carro para e não consigo mais ligar, então, saio e vou a pé para casa.

As gotas de chuva descem uma por uma no meu corpo e se misturam com minhas lágrimas.

– Filha. Aonde você Estava?. - mamãe me abraça mesmo estando toda molhada.

– Não quero conversar agora mãe. Amanhã lhe explico.- repondo me afastando dela e indo na direção do meu quarto.

– Cadê o seu carro? Seu pai foi atrás de você na delegacia. - diz me seguindo.

Ainda Existe Vida (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora