Capítulo Vinte

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Natal?

É sério isso?

Faz uma semana desde que acordei naquele hospital. Minha vida virou de cabeça para baixo. Não sei se quem enlouqueceu fui eu ou as pessoas ao meu redor.

Foi comprovado que realmente estou com falta de memória. O doutor disse que pode ser temporariamente ou que nunca mais posso lembrar.

As pessoas ao redor dizem que sou de uma forma e é como se estivessem falando de outra Zoe, uma Zoe da qual jurei nunca me tornar.

Está tudo tão confuso, e já não bastava não lembrar de nada, nunca pensei sofrer de tal forma pelo Tom, no primeiro momento não acreditei em nada que meus pais contaram, só que depois das provas sobre a encenação que fez, uma falsa morte e todo o resto, foi decepcionante.

O chão se abriu e me jogaram dentro...

Tranquei a porta do quartos e só sair para comer, Dona Rebeca disse que foi exatamente assim que fiquei quando as coisas aconteceram, só que com a ajuda de Deus me levantei, e é tão estranho, pois justamente é isso que me deu vontade de fazer orar, e foi bizarro, pois só fazia isso na frente do papai na hora do almoço.

Sinto-me como uma jovem desiludida, contudo, com uma
maturidade que nunca pensei ter.

Não orei, porque a cabeça dizia : — Essa não é você. E o coração gritava : — Essa é você hoje.

É bem louco.

Sempre fui uma arrogante nato, e esses dias apesar da dor no meu coração por causa do enganador, tenho tratado as pessoas bem. Soube que sou líder de dança, rir horrores quando descobri. O pessoal veio na quinta feira m e visitar, não reconheci ninguém, todos foram compreensíveis, e mostraram fotos e vídeos em que dançava, e até que sou boa nisso. me emocionei quando contaram que ajudamos as pessoas e por esse motivo, em pleno natal, invés de está em alguma boate por aí, como lembro que fazia, estou distribuindo cestas s em um bairro carente.

As pessoas são até gentis e ao ver cada sorriso a dor que a revelação sobre o atual Robert causou em mim é amenizada.

Não lembro de nenhum deles, então, apenas os cumprimentos de longe.

Ao mesmo tempo que tenho orgulho da mulher que me tornei, a menina de dezoito anos da única Zoe que me recordo grita dentro de mim.

Essa não sou Eu!.

É um conflito dentro da minha cabeça. Continuar sendo a mesma de anos atrás ou a pessoa boa que me tornei. São duas dentro de mim e uma tem de prevalecer.

Pelo visto a Zoe de hoje é o orgulho dos pais e a Zoe que lembro que sou, apenas os decepcionava.

É tudo tão recente e não sei o que fazer.

O rapaz do hospital, disse para que viesse orar a Deus, um que nunca pensei em servir, e pelo que tudo aponta, deixei ele entra na minha vida e nos vídeos em que pregava sobre Ele, eu estava tão feliz como nunca antes, era como se o conhecesse pessoalmente, só que não lembro de nada que me fazia buscá-lo, e as coisas que lembro que faço segundo o que papai ensinou o desagrada.

É complexo...

— Pessoal acabaram de entregar a última cesta básica, quero agradecer a todos e principalmente a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível. Zoe, obrigada por está conosco nesse momento, sei que não está sendo fácil e as coisas estão confusas, e mesmo assim se dispôs a vim e ajudar, essa é uma das atitudes da mulher extraordinária que se tornou, ainda que não lembre, seu coração gritará forte para continuar sendo a Zoe segundo coração de Deus.

Ainda Existe Vida (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora