Capítulo Cinquenta e Dois

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Quando a Dor da fome e da cede se torna quase insuportável, clamo a Deus em pensamento, pois minha boca se encontra tão seca que não consigo falar.

Quando fecho os olhos as lembranças dos seus sorrisos aquecem meu coração. As promessas que fiz me fazem permanecer lutando. Apesar de não ter forças, sei que Deus está me mantendo vivo.

O cansaço físico é meu fiel companheiro. Tudo em mim dói, desde que tentei fugir e eles me pegaram.

Nesse dia um dos seguranças veio trazer a refeição. Não sei qual dia da semana era, pois aqui dentro dessa caixa que ele chama de porão não tem como ter noção se já é dia ou noite. Lembro-me de ainda ter forças, avancei em cima dele quando se inclinou para pegar a chave que por um deslize caio no chão, derrubando seu corpo grande para o lado. Sair correndo passando pela porta que encontravasse entreaberta. Ao subir as escadas paralisei por encontra dois grandalhões no final do corredor.

Me trouxeram de volta e me deram uma surra, desde então, cortaram minha alimentação, de vez enquanto pela misericórdia de Deus, ele permite que Dora traga um prato de comida, está a usando para que me mantenha calmo aqui embaixo. Ela está em pânico, não pode sair da casa, está em cárcere privado lá em cima. Tudo porque viu quando me trouxeram, se ela saísse morreria, se ficasse jamais saíria até que assine o maldito documento.

Se me perguntarem o porquê dele está fazendo isso a tristeza misturada com mágoa aumentam dentro de mim. Não tem explicação para essa atitude monstruosa. Na verdade tem sim. Ele quer que assine aquele maldito contrato. Jamais irei acabar com o único legado de vida da minha mãe.

✴✴✴

Zoe Tack 🌷

— Hoje vou tirar a barriga da miséria. — Exponho lendo o cardápio sentada em uma mesa na praça de alimentação do shopping.

— Cuidado para não explodir. Ou melhor, não quero carregar uma elefanta ruiva até o carro. — Zoe e sua imaginação fértil para apelidos. — Falando nisso, acredita que engordei três quilos. O vestido que você me deu de presente no meu aniversário não está mais servindo. — sussurra a última parte, como se não fosse para ninguém saber que ela engordou.

— Normal Ho. Você é muita magra. Precisava engordar um pouco.

O garçom se surpreendeu com a quantidade de comida que pedimos. As pessoas ao redor passam olhando observando a mesa lotada.

Comemos tudo e após pagarmos a conta seguimos para comprar roupas para os bebês da Jessica, da minha mãe e o da valeska.

— Olha esses moletons para bebês que fofo.

— Vamos levar um de cada cor. Imagino eles melhores amigos assim como nós. — Hope está toda empolgada.

— Vamos levar quatro desses. — A gentil vendedora que nos acompanha nos lança um sorriso.

— É meu primeiro dia aqui. Vocês são as primeiras pessoas que atendo. — Fica contente.

— Laura, as clientes te perguntaram alguma coisa? — Uma mulher de aproximadamente quarenta anos surgiu do nada perto da moça.

— Não senhora. — Responde amentrodada.

— Então, não precisa ficar falando da sua vida para elas. Começou hoje e já quer ser demitida. — A repreende com grosseria. — Me desculpe a indiscrição da minha funcionária. — Se desculpa me olhando com um sorriso falso no rosto.

— Não estamos incomodadas com ela e sim com você. Com licença por favor, a vendedora está fazendo o trabalho dela muito bem. — Hope não conseguiu controlar a língua. Segura nas mãos da menina a puxando para outra sessão da loja.

Ainda Existe Vida (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora