01. Observação

68 3 7
                                    

You've applied the pressure

Os lábios quentes e carnudos de Nolan Rogers distribuem beijos e chupões na região da minha boca e do meu pescoço, causando ondas de arrepios onde passam, colaborando ainda mais para a ereção dentro da minha cueca.

     Ele senta na cama e tomo a liberdade para sentar no colo dele. Posso sentir seu membro rígido querendo saltar para fora de tanta excitação, o que me deixa animado com a ideia. Esta será a nossa primeira vez desde que começamos a namorar, a minha primeira vez com o meu consentimento, com alguém que eu gosto e que gosta de mim.

     As mãos de Nolan escorregam pela minha cintura até pegar na barra da minha camisa e levantar, ergo os braços para facilitar e jogo a blusa no chão. Aproveito a deixa para tirar a camisa dele, revelando seu abdômen magro e definido. Tornamos a nos beijar, nossas língua brincando uma com a outra, o gosto de álcool na boca dele deixando tudo mais excitante.

     As mãos do moreno voltam a tocar e mim, explorando cada canto do meu corpo, me puxando mais para cima dele. Desço os beijos para o queixo dele, fazendo o caminho por todo seu pescoço até chegar no bico do peito duro de tão excitado. Passo a minha língua sobre ele em movimentos circulares, com um sorriso sapeca na face, antes de começar a chupar.

     Aos poucos Nolan vai escorregando para cima da cama, soltando uns gemidos, enquanto vou ficando por cima dele, chupando seus mamilos um por um. As mãos dele descem para a minha bunda. Um novo arrepio toma de conta de mim, mas não um bom. Olho para trás, respiro fundo, viro o rosto para vê-lo, apreensivo.

     — Continua, tava indo bem — diz ele. — Abre o zíper da calça pra ficar melhor — pediu, um sorriso malicioso no rosto.

     Tento esquecer a sensação ruim do toque de Nolan e faço o que ele pediu, voltando a chupar o bico dos seus peitos. O dançarino, por sua vez, abaixa um pouco a minha calça, invadindo minha bunda por cima da cueca, apalpando minhas nádegas e pressionando os dedos na entrada do meu ânus. Meu coração acelerou.

     A repulsa tomou conta do meu ser. As lembranças da mão de Robert alisando meu corpo e penetrando seus dedos sujos em mim vieram a tona. Os garotos do colégio se masturbando em cima de mim. Os vídeos. O olhar de decepção de Luke sobre mim. A minha briga com mamãe. O assassinato de Robert. Tudo.

I'll forgive and forget
Before I'm paralysed
Do I have to keep up the pace
To keep you satisfied? ♪

   Saio de cima dele bruscamente, dando passos para trás, um pouco desequilibrado e assustado, a medida em que fecho o zíper do jeans. Nolan me encara, ofegante, um olhar de frustração.

     É a quinta vez que tentamos transar desde que começamos a namorar e não acontece, porque eu simplesmente começo a lembrar dos abusos que sofri. E todas as vezes assumi que a culpa é minha, que não consigo ir em frente, para que Nolan não achar que o problema é ele. Para ser sincero, acho ele bastante paciente, faz nove meses que namoramos e a única saliência que fazemos é nos masturbar juntos e chupar o peito um do outro.

     O que eu tenho, segundo o Google, é um trauma de sexo por causa dos abusos que sofri. Segundo minha pesquisa pela internet, é aconselhável procurar ajuda médica, acompanhamento psicológico, contar ao parceiro seus limites, contudo não tenho essa coragem. O medo de perder Nolan é maior, ele me faz tão bem. É o primeiro garoto que eu namoro e me fez esquecer do meu amor platônico por Luke — não totalmente, ainda me pego pensando nele quando acordo na madrugada. A única imperfeição do nosso relacionamento é este problema que gera alguns desentendimentos.

RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora