09. Sequestros

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Trazer Diana de volta a vida me desgastou bastante, toda a minha energia parece ter sido sugada para a garota de volta. Curioso, pois o mesmo aconteceu com Luke.

     Embora Annabel tenha alterado as memórias de Diana com um feitiço, na volta para casa, eu só conseguia pensar em dá um basta na minha vida. A verdade é que nunca poderei viver em paz e feliz, por mais que eu tente, o destino parece ter outros planos para mim. Esse fado que carrego dentro de mim não permite que eu fique perto das pessoas, que gosto, sem coloca-las em risco.

     Portanto, tomei a decisão de partir. As criaturas que estão atrás de mim são um perigo para as pessoas que gosto, entretanto o maior perigo sou eu.

     — ... Eu estou enlouquecendo, perdendo o controle — continuei com meu monólogo. Elis e Vincent estavam calados, apenas ouvindo. Todos na sala estava assim. — Eu vou embora daqui.

     — O quê? — a expressão de Elis mudou.

     — Não estou seguro aqui com vocês. — Deixei a caneca vermelha em cima da mesinha de vidro, levantando-me. Elis e Vincent também se levantaram. — Eu vou para algum lugar bem longe de todos vocês. Se o Bal-bal hipnotizou a Diana, pode fazer o mesmo com vocês.

     — Não! — Vincent se manifestou, claramente sem paciência. — Nós somos responsáveis por você e dessa casa você só sai com nós dois.

     — Está decidido, Vincent — respondi, encarando o agente que fingia ser meu pai. — E você não é o meu pai pra falar assim comigo!

     — Não fala assim com ele, Sebastian! — Elis me repreendeu. — Ele só quer proteger você, assim como eu também e todos que estão aqui dentro. — Ela apontou para Matthew, Annabel e Hank que somente observavam sem interferir em nada.

     — Vão todos se foder! — gritei em alto e bom som, saindo da sala.

     Então Matthew foi para o meu quarto, avisando que ia comigo e deixou bem claro que não iria deixar eu ir, senão fosse junto. Elis e Vincent continuaram a não concordar com a ideia de partimos, a mulher até perguntou porque eu confiava em Matthew mais do que neles que passaram os dois últimos anos cuidando de mim. Não respondi.

     — Eu não faço ideia para onde vamos, mas você vai dá o endereço para a Annabel e uma forma dela manter contato conosco caso precisem da gente — sussurrei para Matthew, quando ficamos a sós no corredor.

     — E o lance de ninguém saber onde você está? — ele questionou.

     — Eu confio nela.

• • •

— Você sabe caçar, Sebastian? — pergunta Matthew, sentado no sofá, limpando a espingarda.

     Estou deitado no outro sofá, focado na televisão, quando viro o rosto para olha-lo.

     — Você quer me ensinar a caçar demônios e bruxas? — indago com ironia.

     Ele sorri.

     O sorriso dele é a coisa mais linda do mundo, mas eu sou suspeito a falar disso. Resistir a Matthew Treadaway é a parte mais difícil de está com ele — e olha que é apenas o segundo dia.

     — Quis dizer caçar na floresta — corrige.

     — Sou contra isso — respondo. — Não sei qual é a graça caçar animais por esporte ou para fins exibicionistas como roupas ou suas cabeças presas em uma parede.

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