A palavra demônios serve como gatilho para trazer minha sobriedade de volta e noção de tudo que está acontecendo a minha volta.
— Merda — xingo.
— Como vocês se conhecem? — indaga Nolan, nos encarando.
— Não interessa — responde Matthew, ríspido.
Nolan faz menção de dá um soco em Matthew, que agarra sua mão e torce o braço do dançarino, acertando um soco em cheio no rosto dele, fazendo-o cair no chão. Olho para o sangue escorrendo do nariz do meu ex-namorado e depois para o caçador.
— Merda.
— Vamos dá o fora logo daqui — diz Matthew, agarrando meu braço e colocando em volta do pescoço dele, me tirando dali.
Durante o caminho até o Mustang vermelho com listras verticais pretas no capô, percebo as pessoas nos encarando como se fôssemos estranhos. Ele me ajuda a entrar no carro e põe o cinto, fechando a porta. Dá a volta e entra no carro, ligando-o e dando partida dali.
Encosto a cabeça na janela, relembrando a cena em que Nolan me joga na cama, deixando-me de quatro, abaixando minhas roupas e se posicionando atrás de mim. Um sentimento de ódio, parecido com o que tive antes de assassinar Robert, começa a me consumir e não consigo evitar das lágrimas escorrem pela minha bochecha.
Eu odeio chorar perto das pessoas, é como parecer fraco, mas estou guardando a tanto tempo essas lágrimas que não consigo evitar a não ser chorar em silêncio. A mão de Matthew repousa sobre meu ombro, massageando-o, trazendo uma certa tranquilidade a mim.
— Eles estão atrás da gente? — pergunto, após sugar todo ar para os pulmões e solta-lo pela boca.
— Não tinha demônios — responde ele. — Só o Nolan.
Olho para ele, com vontade de xinga-lo por mentir, mas eu preciso agradecer a ele por ter chegado naquele momento e impedido o pior de acontecer.
— Você não tinha o direito de mentir pra mim.
— Foi para proteger você — torna ele, virando o rosto para me olhar, um sorriso sincero em seu rosto.
— Estava tudo bem — minto.
— Não estava, e você sabe disso — retruca. — E outra, eu tava com a Diana e os amigos dela quando Nolan apostou com eles se conseguia comer você hoje.
O sentimento de raiva retorna e a vontade de descontar em algo ou alguém também. Eu estou para explodir.
— Eu nunca mentiria para você.
— Mas você mentiu.
— Foi para o seu bem.
Chegamos na fazenda e ele estaciona o Mustang entre a caminhonete Ford de Annabel e Hank e o Honda WR-V de Elis e Vincent. Enxugo as lágrimas do meu rosto e desço do carro, caminho um pouco cambaleante e sinto as mãos de Matthew me segurando e guiando com segurança para dentro de casa.
Está tudo escuro quando entramos, todos já estão dormindo, ele acende a luz após fechar a porta e olho para ele.
— Minha mãe não dormiria enquanto eu não chegasse — comento um pouco alto e ele manda eu fazer silêncio.
— A minha também não — fala ele, com um olhar nostálgico. — Você está com fome?
— Não — respondo.
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Renascimento
Paranormal[Segundo livro da trilogia As Crônicas de Sebastian Pear] [CONCLUÍDO] +16. Sebastian Pear conseguiu o que sempre quis: ter uma vida igual aos personagens dos dramas adolescentes de Hollywood. Com um namorado perfeito, amigos populares e amado por t...