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"Rotular alguém é só mais um modo de julgar, o pior, é quando a pessoa em questão aceita algum rótulo imposto em si e-"

— Então, você vai?— Ayla me pergunta pela terceira vez em menos de cinco minutos, interrompendo a minha linha de raciocínio.

— Por que ir em um jogo de basquete sendo que eu não sei praticamente nada sobre isso?— perguntei.

— Não me diga que quer ficar mais uma tarde lendo outro livro?— ela revira os olhos e fecha seu caderno de ciências.

— E o que você tem contra se aprofundar em palavras e imaginar cenas como se estivesse na história?— apoio meu queixo na mão e a encaro com os olhos semicerrados.

— Nada, só que, em praticamente todas as tardes em que eu te mando mensagem, é isso o que você está fazendo.

— Sério?!— pergunto quando ela resolve apelar para o aegyo. — Não, não vai rolar.

— Nem se o Jungkook estiver jogando?- ao ouvir o nome, faço uma careta.

- Lá vem você de novo com isso.

— Não tente me enganar! Eu vi você falando com ele ontem, na hora da saída.

— Ótimo! Precisa gritar pra todo mundo saber?!— falei com ironia.

— Desculpa.— ela sussurra.— Mas, é sério, ele realmente falou com você?

— Eu só estou o ajudando com o trabalho de artes, nada demais.

— "Nada demais." — fez aspas com os dedos.

— Você é mesmo uma romântica incorrigível.— falei e ela riu enquanto concordava com a cabeça

***

📩Jungkook: Não vai dar para nós vermos hoje, tenho treino a tarde.

Suk: Okay.📩

***

Jungkook participaria do jogo de basquete a noite, ótimo! Uma tarde livre pra mim... E um dia seguinte mais puxado SE ele decidisse pedir ajuda mais uma vez.

Decidi sair um pouco, e por algum motivo que eu ainda não sei distinguir, fui de rumo ao museu.

***

A pintura estava lá, no mesmo lugar, aquele garoto aparentemente triste continuava chamando a atenção de todos os que passavam, estranhamente, eu comecei a relacionar aquele garoto com o Jungkook. Será que, ele também tinha lágrimas que, ao contrário da pintura, não as deixava aparecer?

— É um quadro interessante.— alguém comenta.

Virei meu corpo e vi Taehyung ao meu lado, também observando a pintura.

— Não deveria estar treinando pro jogo?— perguntei.

— Eu não faço parte do time de basquete.— respondeu colocando as mãos no bolso.

— Então... Está procurando inspiração?

— Sim, porém, aqui é como uma segunda casa, costumo vir aqui quase sempre.

Ele se afastou observando o quadro que estava ao lado, neste, a sombra de uma garota estava ajoelhada no chão, enquanto uma chuva de corações caía sobre ela.

— Sabe, eu nunca ouvi falar em uma exposição de artes ou algum quadro com o seu nome.— comentei curiosa

— Não cheguei ao ponto de mostrar as minhas obras. A arte é como a minha válvula de escape

— Escape? Do que você escaparia?

— Por que não descobre? Você parece ser bem curiosa.— ele abaixou a cabeça e sorriu, um sorriso melancólico.

— Não tem como descobrir se você não me der uma pista.

— E eu não vou te dar uma pista se não tiver a certeza de que posso confiar em você... Pense nisso... Garota que eu não conheço.— falou e saiu, me deixando com os pensamentos fervendo

"Grande parte dos rótulos não tem nada haver com a realidade...

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