— Eu?
— Sim. — eu fiquei surpreso com aquilo, sem reação alguma, não fazia ideia do que responder. Fiquei aliviado quando a campainha tocou e logo me levantei para atender, mas ele me impediu e se levantou primeiro — Eu pedi, então me deixe pagar. — ele disse sorrindo e eu assenti.
Jooheon se dirigiu até a porta e eu me levantei, andei até a cozinha e comecei a colocar copos, pratos e talheres sobre a mesa. Não demorou para que ele chegasse na cozinha, já com a comida que pediu em mãos, colocou tudo sobre mesa e nós nos sentamos.
— Eu não esperava que você soubesse montar buquês. — falei na intenção de evitar que ele voltasse ao assunto anterior.
— Minha mãe me ensinou a alguns anos.
— Ela também tinha uma floricultura? — ele negou com a cabeça.
— Ela gostava de fazer com as flores do jardim pra enfeitar a casa e dar de presente.
— Então ela cultivava? Ou cultiva?
— Cultivava. — eu assenti e desviei o olhar — A sua casa é bonita. Um pouco pequena, mas muito confortável e aconchegante. — ele disse enquanto começava a se servir com a pizza e eu sorri, satisfeito com o comentário.
— Obrigado.
— Você quase nunca sai daqui, não é? — eu assenti.
— Na verdade, eu costumo sair umas duas vezes por mês, no máximo.
— Por quê?
— Eu não tenho motivos pra isso, tenho tudo o que preciso aqui.
— Não te faz mal ficar tanto tempo em um lugar fechado? Sozinho? — eu parei de comer e encarei o prato por alguns segundos, ficar sozinho me deixava triste e eu me sentia mal e preso às vezes.
— Não. — menti — E eu não fico sozinho, eu tenho minhas flores e o meu gato.
— Você acha que é o suficiente?
— E você é psicólogo? — perguntei em um tom rude e ele suspirou.
— Me desculpe, eu só queria ajudar.
— Eu que peço desculpas.
— Não, eu não deveria me intrometer na sua vida assim.
— Está tudo bem.
— Eu não sei bem o motivo, mas eu me importo muito com você. Acho que nós dois temos uma conexão diferente, sabe? Eu não te conheço direito, mas me sinto a vontade e bem ao seu lado. Por isso me preocupo.
— Eu também me sinto assim com você.
— É sério? — eu assenti — Você tem alguma vontade, Minhyuk?
— Vontade?
— Sim, algo que você queira muito fazer, algo que te faria muito feliz. — ele explicou e eu assenti, sorrindo ao me imaginar fazendo o que eu queria — O que?
— Estar no alto.
— No alto? Como assim?
— Eu queria ficar em um lugar bem alto, como uma flor no topo de um Resedá, a mais alta, e poder olhar a cidade, eu já vi isso em alguns filmes. Observar as luzes da cidade e sentir o vento batendo no meu cabelo, estar tão alto a ponto de não conseguir escutar nada daqui de baixo. Aproveitar o silêncio e sentir prazer em estar vivo, observar a imensidão das coisas e imaginar o quão grande é o restante do mundo. — eu expliquei sem tirar o sorriso do rosto em momento algum, e ele me observou, escutando atentamente cada palavra que eu dizia.
— Você faz isso parecer bem mais bonito do que realmente é.
— É como eu enxergo. — ele se levantou e estendeu a mão para mim — O que foi?
— Vamos.
— Aonde?
— Realizar seu desejo.
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Flowers [Joohyuk]
RomanceMinhyuk trabalha em sua própria floricultura e um cliente fixo começa a aparecer, todos os dias, comprando flores para a pessoa que ama e deixando Minhyuk cada vez mais apaixonado e triste por não ser ele a receber os buquês.