O beijo não passou de um simples selar, que eu interrompi assim que tomei consciência do que havia feito.
— Me desculpa, você é comprometido, eu não deveria ter feito isso.
— O que? Minhyuk...
— Eu não queria, me desculpa. — me virei e praticamente corri até o elevador, ele logo chegou e eu entrei, sem olhar para Jooheon em momento algum e ignorando ele me chamar.
Apoiei minhas costas na parede do elevador e suspirei, toquei meus lábios e sorri, eu ainda podia sentir aquele toque singelo dos lábios dele nos meus.
O meu primeiro beijo.
Senti uma lágrima cair e fechei os olhos, permitindo que outras também caíssem. Assim que o elevador parou, eu saí dele e em seguida do prédio, parei na calçada e comecei a olhar ao redor.
Eu estava sozinho, em um lugar que eu não conhecia, de moletom e sem dinheiro pra pegar qualquer transporte até minha casa. Comecei a chorar novamente enquanto caminhava devagar naquela rua escura e deserta.
— MINHYUK! — me assustei ao escutar alguém me chamar em um tom alto e quando olhei para trás, vi Jooheon correndo em minha direção.
Ele parou na minha frente e apoiou as mãos no joelhos, respirando fundo enquanto tentava recuperar o fôlego, cansado.
— Você está bem? — eu perguntei preocupado e ele assentiu.
— Eu vim pelas escadas, não podia deixar você sair assim e muito menos te deixar sozinho na rua a essa hora da noite.
— Me desculpa, eu não pensei antes de fazer aquilo, eu juro que não vai se repetir. — ele retomou sua postura e se aproximou um pouco mais.
— Mas por que não?
— Você é comprometido Jooheon, eu não quero prejudicar você.
— Espera, comprometido?
— Sim.
— Mas eu não estou com ninguém.
— Então pra quem eram as flores? — ele começou a gargalhar, o que apenas serviu para me deixar ainda mais confuso — Do que está rindo? Qual é a graça?
— As flores não eram pra nenhuma namorada ou algo assim, elas eram pra minha mãe.
— O que?
— Ela teve que fazer uma cirurgia e ficou internada por uns dias, mas teve alta hoje e está tudo bem. Ela sempre gostou muito de flores e então eu resolvi levar algumas a ela porque ela ficava dizendo que sentia falta das "filhas" — ele fez aspas com os dedos — dela. Eu comecei e rir e esconder meu rosto com as minhas mãos.
— Que vergonha, me desculpa... — ele tocou meus braços e os puxou delicadamente, tirando minhas mãos do rosto.
— Pare de se desculpar. — ele se aproximou um pouco mais, colocou meu braço ao redor de seu pescoço e tocou minha cintura.
— Eu estou tão envergonhado, minhas bochechas devem estar da cor de um Ciclame. — eu disse rindo um pouco e ele sorriu.
— Eu amo o jeito como você usa as flores como exemplo para as coisas. — não o respondi de imediato, apenas continuei o admirando. Nossos rostos estavam tão próximos, era absurdamente bom poder ver cada detalhe dele de tão perto.
— Você é tão bonito... — falei em um sussurro enquanto passeava meus olhos por cada detalhe de seu rosto.
— Era exatamente isso que eu estava pensando sobre você agora mesmo, sabia? — eu sorri envergonhado e ele me beijou, de um jeito delicado, calmo e muito gostoso. Separou os labios do meu devagar quando ar faltou e me olhou — Vamos entrar, não é seguro ficarmos aqui fora essa hora. — ele sussurrou e eu assenti antes de o dar um selar.

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Flowers [Joohyuk]
RomanceMinhyuk trabalha em sua própria floricultura e um cliente fixo começa a aparecer, todos os dias, comprando flores para a pessoa que ama e deixando Minhyuk cada vez mais apaixonado e triste por não ser ele a receber os buquês.