7. Gérbera

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— O que? Agora? — ele assentiu — Mas nós nem terminamos de comer e eu estou de moletom. — ele fechou a caixa de pizza e riu.

— Vamos. — ele me ofereceu sua mão novamente e eu aceitei, deixando que ele me guiasse para fora da casa e em seguida, até seu carro.

Fazia um bom tempo que eu não entrava em um carro, ainda mais um tão grande e confortável como aquele. Jooheon logo deu partida, as janelas estavam fechadas e o ar condicionado ligado.

— Aonde estamos indo?

— Um lugar especial.

— Eu devo ser maluco por estar no carro de um desconhecido, deixando ele me levar para um lugar que eu não conheço, sem ao menos me dizer onde. — ele riu e eu o olhei, sua risada era tão gostosa de se ouvir, seu sorriso e as covinhas perfeitas que se formava, eram lindas. — Pode abrir as janelas? Por favor. — ele não disse nada, apenas as abriu e eu fechei os olhos ao sentir o vento bater contra o meu rosto.

Não demorou para que nós chegássemos e Jooheon parasse o carro na frente de um prédio extremamente alto, abriu a garagem, entrou e estacionou. Nós saímos do carro, ele segurou minha mão e me guiou até um elevador, nós entramos e ele logo escolheu o andar.

Jooheon ainda não havia soltado minha mão, ao invés disso, entrelaçou nossos dedos, o que me deixou um pouco nervoso e envergonhado.

– Que lugar é esse? – eu perguntei e ele me olhou, sorrindo.

– Eu moro em um apartamento aqui, o prédio é dos meus pais.

– Seus pais tem um prédio? – ele assentiu e eu ri – Por que me trouxe aqui?

– Porque eu quero te mostrar algo.

– O que? – eu perguntei e o elevador parou.

– Vem. – ele disse sorrindo e me puxou devagar para fora do elevador, olhei ao redor e sorri ao ver que estávamos em um terraço extremamente alto e espaçoso..

Não pensei duas vezes antes de correr até o muro baixo que havia alí e apoiar minha mãos no mesmo, para me debruçar e olhar para baixo. A sensação era ainda melhor do que eu imaginava, sentir o vento bater no meu rosto e olhar aquela cidade imensa de tão alto, era incrível. Senti Jooheon se aproximar e uma de suas mãos tocarem minha cintura, me virei para ele e fiquei ainda mais surpreso ao ver que ele me entregava uma flor. Eu sorri e a peguei.

– Minha mãe plantou essa e outras aqui, mas eu não conheço essa muito bem.

– É uma Gérbera.

– Sempre que eu a vejo, lembro de um girassol, é parecida. – eu ri e e o olhei.

– É da mesma família.

– Você gosta dela?

– É uma das minhas favoritas. – ele não me respondeu, apenas deu um sorriso largo e eu me virei para frente.

– Eu gosto de vir aqui pra relaxar, é quieto e não pega sinal de celular.

– É lindo, a vista é incrível.

– Você acha? - eu assenti – Eu gosto tanto do jeito como você enxerga as coisas.

– Como assim?

– Você é tão simples, não se importa com dinheiro ou status, você só se importa com o que você acha que vai te fazer bem e não liga para o que os outros vão pensar. Você é simples e consegue ver beleza em coisas que ninguém dá valor. – ele se aproximou um pouco mais e continuou me olhando – Eu queria ser como você.

– Como eu? Um cara que está sempre de terno, usando perfume caro e tem um carro com o valor que pagaria minha casa, queria ser como eu?

– Nada disso vale a pena Minhyuk. Eu não tenho ou uso nada disso porque gosto, mas sim porque eu me sinto obrigado a isso, por causa do meio em que vivo. Eu trocaria tudo isso por uma floricultura em um bairro simples e um gato manhoso. – eu não o respondi, apenas continuei o olhando nos olhos, era como se eu estivesse hipnotizado por seus orbes, sequer percebia que me aproximava cada vez mais no rosto alheio.

Nossos rostos já estavam rentes quando eu fechei os olhos e sem pensar duas vezes, colei nossos lábios.

Flowers [Joohyuk]Onde histórias criam vida. Descubra agora