❄ Quarto Dia ❄

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Eu só queria tomar um café da manhã romântico na cama com a minha linda namorada, no melhor estilo Hollywood, com direito a uma rosa branca e suco de laranja. Mas é claro, que a minha namorada tinha que estragar tudo.

- A culpa é toda sua! Sabe que eu sou um desastre e me trás uma bandeja com copos derrubáveis. - Ela disse, em seu pedestal, querendo jogar a culpa em mim. Alguém pode me explicar por que é que essa menina gosta tanto de jogar a culpa dela para cima de mim?!

- Derrubáveis nem é uma palavra. - Eu disse baixo, tirando os lençóis manchados de suco. Ela me olhou de canto e depois revirou os olhos, pegando os mesmos lençóis das mãos, levando-os para o banheiro.

- Só se for no seu dicionário. - Ela disse no caminho.

Foi a minha vez de revirar os olhos. Minha manhã romântica com minha namorada tinha ido para o brejo. Olhei para o relógio no criado mudo e vi que já estava na hora de irmos para o centro comprar os presentes de Natal.

Camila voltou para o quarto apenas para pegar uma roupa, e seguiu novamente para o banheiro, enquanto eu colocava lençóis limpos na cama e colocava o que sobrou do café na cozinha.

E agora, com tudo em ordem, eu só podia rir. Minha namorada é um peça muito rara mesmo, e eu só consigo me apaixonar mais. Claro, tem vezes que minha vontade é amarrá-la e deixá-la dentro de um armário de tanto que ela me tira do sério, mas por outro lado, essa teimosia dela me encantava, ou melhor, encantava nosso namoro.

Eu nunca fui do tipo que gosta de calmaria, embora Camila tenha trazido isso para a minha vida também, com ela as coisas são sempre diferentes, em um momento estamos nos amando, sonhando e sendo um clichê, em outro, estamos brigando, discordando, e complicando tudo. Gosto disso, mantém tudo animado na medida certa.

- No que está pensando? - Ouvi a voz da minha garota atrás de mim, suave e delicada, mas forte e segura. Virei em sua direção, observando-a encostar-se no batente da porta. Ela usava um jeans claro justo, com uma daquelas blusas curtas que eu não sei o nome, corped, cropado... algo assim.

Ela estava linda, e eu, me apaixonando de novo.

- Estou pensando que, mesmo que se passem 40 anos, eu sempre vou me apaixonar por você de novo, e de novo, e de novo.

Ela sorriu, aquele sorriso que me faz sorrir, que esquenta meu peito, e faz minhas mãos formigarem. Por Deus, pareço ter 19 anos!

- E eu penso, - ela se aproximou, passando seus braços pela minha cintura. - que eu tenho o homem mais perfeito do mundo. Mas se não sairmos agora, vamos nos atrasar para comprar os presentes.

Tão romântica.

- Vamos logo.

✿*:・゚゚・:*✿

- Vamos levar o branco. - Eu disse pegando um colar de pérolas, este seria o presente da Lili. Mas como sempre, Camila queria o contrário de mim.

Ela pegou um colar de ouro branco, com um pingente de esmeralda, era até bonitinho, mas eu queria levar o de pérolas.

- Claro que não, Cole, você não entende nada de mulheres! A Lili vai gostar bem mais desse aqui.

- Mas esse combina mais com ela.

- Esse colar parece um daqueles que minha vó usa.

- E esse seu parece um... um... - Merda.

- Viu só, você não tem nem defeitos para colocar nele, sabe que é perfeito!

Contos Natalinos - ColemilaOnde histórias criam vida. Descubra agora