Capítulo 13

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Domingo, cativeiro da Jae...

Jae pensava em uma maneira de escapar e se esconder. Ela estava acordada há algum tempo. O silencio era rompido apenas por latidos de cachorros vindos de longe. Ela se levantou e seguiu para o pequeno banheiro, lavou o rosto e se olhou no espelho. Estava pálida, sua boca tinha parado de sangrar, mas estava inchada e havia uma marca arroxeada em seu rosto.

Já fazia três dias que ela estava presa ali. O desespero já tomava conta dela.

Depois de um tempo ela começou a ouvir passos. Jae se sentou, encostando na parede dos fundos da sala e aguardou apreensiva. Pouco tempo depois a porta se abriu e os dois homens entraram, sendo seguidos pela mulher que Jae não esperava ver.

- Você? - ela perguntou confusa.

- Não esperava por isso, não é mesmo, mestiça? - ela falou com desprezo.

Jae se levantou. Yang-mi se aproximou dela.

- Eu avisei. Por que você não me ouviu, garota? Teria sido bem mais fácil pra todo mundo!

- Não sei do que você está falando. - Jae falou com voz sumida.

Yang-mi deu um soco no rosto da moça, gemendo de dor ao machucar sua mão. Jae cambaleou e a olhou, assustada, colocando a mão no rosto já machucado, que agora doía ainda mais.

- Não se atreva a mentir pra mim! - ela gritou, fazendo Jae se encolher.

Os homens apenas observavam a cena, calados. Yang-mi agarrou Jae pelos cabelos. Ela gemeu de dor e agarrou a mão da mulher, tentando se soltar. Jae enfiou as unhas no rosto de Yang-mi e essa gritou. O homem mais velho se aproximou e mostrou uma faca a Jae, fazendo com que ela parasse de lutar. O homem mais jovem se aproximou e agarrou os braços de Jae, juntando-os atrás do corpo dela, segurando-a para que ela não conseguisse atacar Yang-mi. Essa riu, agarrando os cabelos de Jae novamente.

- Eu vi a pouca vergonha de vocês dois na festa... - a mulher continuou falando. - Sei do beijo que trocaram na varanda do dormitório!

Jae arregalou os olhos em choque. Como aquela mulher sabia do beijo?

- Espero que tenha sido muito bom, vadia! Porque foi o último! - ela gritou.

Yang-mi soltou os cabelos de Jae, mas lhe deu um violento soco na altura das costelas, fazendo Jae se curvar de dor e a olhar assustada. Sem ter como reagir Jae levou vários socos, nas costelas e barriga. Depois de um tempo o homem que a segurava a soltou e ela caiu no chão, se encolhendo. Yang-mi a chutou várias vezes nas costelas e Jae gritou de dor, começando a chorar.

- Para, por favor! - Jae implorou colocando as mãos na frente do corpo, tentando se proteger dos ataques da mulher. - Chega!

Yang-mi a chutou mais algumas vezes, mas os homens se aproximaram e o mais velho falou.

- Acho melhor a senhorita parar. Se a moça morrer aqui teremos que explicar muita coisa. - ele falou preocupado.

Ela pensou um pouco, depois se agachou próxima de Jae e agarrou seus cabelos novamente. Jae gemeu de dor.

- Eu espero que você pegue o primeiro avião, assim que eu resolver te libertar, e suma daqui pra sempre. Volte para seu país, ou eu não hesitarei em te enterrar aqui mesmo, na Coréia!

Ela soltou os cabelos de Jae, jogando a cabeça dela com força contra o chão. Jae sentiu os olhos escurecerem com a pancada. Yang-mi se ergueu, lhe deu mais um chute nas costas antes de sair da sala, sendo seguida pelos dois homens.

Jae tentou respirar mais fundo, mas a dor era intensa demais. Ela se encolheu em posição fetal, chorando baixinho de dor e medo.

Depois de muito tempo Jae conseguiu se acalmar e dormiu, o corpo dolorido e exausto.

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