Longe de casa {NamJin}

#24 - A família de Gwacheon I

Quão ruim fora essa ideia? Se perguntou SeokJin, conforme se aproximavam de sua cidade natal. Namjoon dormia no assento à sua frente, de boca aberta, numa posição nada saudável para a coluna. Mas estava tão fofo, parecendo uma criança. A única coisa que o denunciava era o tamanho.

-Próxima parada, Gwacheon - anuncia a voz mecânica do condutor. Acanhado pelas pessoas próximas à eles, Jin tenta acordar Namjoon, apenas chamando por ele. O que, claro, não dá certo, já que o maior está em sono pesado.

SeokJin então estica a perna e lhe dá um chute de leve. Ele murmura, se mexe, mas não abre os olhos. O trem começa a diminuir a velocidade.

-Namjoon! - chama de novo, e o acerta na canela. O mais novo acorda num sobressalto.

-O que, onde? Ai! - E leva as mãos à canela. Jin sorri amarelo quando o maior o olha, sentido. - Hyung!

-Não sabia mais o que fazer para te acordar - justifica o mais velho - desculpe - e agora está segurando para não rir.

O cabelo bagunçado com alguns fios rebeldes para cima, as marcas do estofado da poltrona na bochecha grande e uma marca de baba no canto da boca. "Ainda assim, continua bonito", pensa Jin.

-Acho que devia passar no banheiro antes de descermos - sugere, com um sorriso brincando nos lábios.

Namjoon olha para ele, sonolento, e pisca várias vezes antes de levar as mãos ao rosto, coçando os olhos. Só então acena com a cabeça, lentamente, e se levanta.

O trem para antes que Namjoon volte, e SeokJin pega as malas - a mochila do namorado é ridiculamente leve - e o espera na porta. Quando vê Jin, Nam abre um sorriso largo.

-Obrigado amor - diz, pegando a mochila dos ombros do outro e colocando nas próprias costas. Então dá um beijo na boca dele. Seok sente as bochechas pegarem fogo, ficando sem reação. O mais alto indica a porta, deixando Jin guiá-lo.

Na estação, Jin pede um taxi. Os namorados sentam juntos na parte de trás do veículo. Assim que pode, NamJoon segura a mão de Jin.

-Algo que eu deva saber antes de conhecer seus pais?

Jin suspira alto.

-Eles provavelmente vão odiar o fato de você ser meu namorado. Mas eu pretendo dar uma chance de te conhecerem antes de contar essa parte.

-Como assim? - Namjoon fica confuso. Ele percebeu o taxista olhando de forma estranha para eles pelo retrovisor e faz uma expressão ameaçadora. O motorista desvia o olhar, envergonhado.

-Vamos jantar primeiro. Converse com eles e mostre essa... coisa que você tem que faz todo mundo gostar de você. - Namjoon leva a mão livre a boca, tapando o sorriso. Jin também sorri, mas está preocupado. - Então eu conto que somos um casal. Ji Woo já saber facilita bem as coisas...

-Espera, ela sabe?

O mais velho acena com a cabeça positivamente, olhando para as mãos dadas dos dois sobre o acento.

-Ji Woo me conhece. Ela se importou em me conhecer. Então sim, ela sabe. Disse que foi só olhar para nós dois.

Namjoon puxou Jin para mais perto e beijou sua testa de forma estalada.

-Eu sou muito apaixonado por você - disse, rindo, e encarou Jin como a preciosidade que ele era.

-Baby, cuidado - alerta Jin - cuidado para não deixar minha família magoar você.

-Eles não podem me machucar amor. - Respondeu Namjoon - o único que pode fazer isso é você.

Jin sentiu um arrepio se espalhar pelo corpo. Era essa a grande questão, certo? O amor nos deixa vulneráveis. Amar também é se permitir essa vulnerabilidade e saber ser responsável pela vulnerabilidade de alguém.