Longe de casa {NamJin}

#29 - O futuro

O que teria acontecido se Namjoon tivesse morado em outra república? E se não tivessem tido Hyungs tão legais? Se NaYeon não tivesse interceptado Nam no meio da rua, se não tivessem se trombado com tanta violência no meio do corredor. Se SuHo não tivesse dito para estudarem juntos, ou se Jackson não tivesse feito piadas sobre suas escolhas de cursos na universidade. Se não tivessem cozinhado o jantar aquela vez.

Mas também, e principalmente, se não tivessem escolhido sair de suas cidades natais para encarar Seoul.

Seokjin sentia como se tudo que fizera na vida fora com o objetivo levá-lo até Namjoon. Todos os machucados pelo caminho, as pessoas e o sofrimento. Cada pedra na qual tropeçara, atrasando-o; cada empurrão ou oportunidade, adiantando-o. Tudo isso o levaria até aquele momento.

Encarou da cozinha a pequena festa de três anos do filho, Yoonjun. Um arco de balões montado atrás de uma mesa cheia de doces, pessoas espalhadas de pé ou sentadas numa enorme mesa de madeira. Os amigos da escola do garoto correndo de um lado para o outro, batendo uns no outros com bexigas compridas e coloridas.

De pé, sua família conversava animadamente sobre o casamento de JiWoo com um estudante de direito, exatamente como o pai esperava, mas Jin sabia que o garoto era um tipo de artista também, só aí fazendo sentido o porque da irmã escolher alguém aparentemente tão normal. A irmã jogou a cabeça para trás, rindo, e o garoto passou o braço ao redor dos ombros dela.

Na mesa, seus amigos de república. SuHo e TaeYeon, Jackson e NaYeon, acompanhados de senhora Kim. Dali Jin não conseguia saber do que falavam, mas parecia ter algo a ver com seu filho, pois NaYeon apontou para ele e sorriu.

Depois de quatro anos cansativos e conturbados de faculdade, mais alguns anos para colocar a vida em ordem - conseguir uma casa, emprego fixo, equilíbrio numa jovem vida à dois - Jin finalmente sentia que eles tinham conseguido.

Ilsan acabou por se tornar sua casa também. A pacata cidade demonstrou ser um ótimo lugar para escrever suas peças de teatro, enquanto dava aulas de artes numa escola próxima e cuidava das plantações junto com a sogra. Ao seu lado, Namjoon coordenava o hospital local, com sua delicadeza de alma e amor pelo trabalho.

Não era uma vida luxuosa, mas era uma vida boa.

Observando Namjoon se esquivando dos convidados com um enorme sorriso do rosto e caminhando para ele, Jin sentia que tinha escolhido a pessoa certa.

-Vem se sentar com a gente, amor - diz, beijando a boca de Jin, fazendo o tempo parar por alguns segundos, antes de entrelaçar sua mão na dele.

Seok acena com a cabeça positivamente, pegando a travessa de petiscos que acabara de preparar, e seguindo Joon para a varanda. Yoonjun correu até eles, agarrando a perna de Namjoon.

-Pai, ele estourou meu balão - direcionado à Nam, um bico se formando em seus lábios rosados, uma manchinha de molho na bochecha. O mais alto se abaixou e pegou o garoto no colo apenas com uma das mãos, apoiando-o contra o peito.

-Podemos encher dois balões - falou Joon, arregalando os olhos. Jun olhou para seus dois pais, um sorriso maior que a luz do sol se abrindo em seu rosto, abraçando Nam pelo pescoço e sacudindo a cabeça repetidas vezes.

Jin se sentou à mesa enquanto o marido ia até a máquina de ar encher mais duas bexigas para o aniversariante. Por algum motivo, estavam todos calados.

-O que foi? - Perguntou, se servindo de um dos seus próprios petiscos.

TaeYeon morde a boca, segurando um sorriso, e olha para SuHo, compartilhando um segredo.

-Vamos só esperar Namjoon - disse ela, e SuHo coçou os olhos, como que para esconder as bochechas ganhando um tom de vermelho.

-Estou muito curiosa! - Falou NaYeon, segurando a mesa com as mãos pequenas.